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Brasil nega visita ao Irã

Numa demonstração de que começa a desvencilhar-se da política praticada por Lula, Dilma Rousseff se recusa a inspecionar as instalações nucleares do país de Mahmoud Ahmadinejad

Por Da Redação
15 jan 2011, 11h16

Neste sábado, sete enviados internacionais inspecionaram uma instalação nuclear no Irã. O Brasil não está entre eles. O convite feito pelo país persa tentou mostrar a visita como um gesto de transparência de Teerã antes da nova rodada de discussões internacionais sobre seu programa atômico, nos dias 20 a 22 de janeiro, em Istambul, Turquia.

Brasil, Rússia, China e União Europeia recusaram o convite para a inspeção. A UE afirmou que cabe aos inspetores da Agência de Energia Atômica das Nações Unidas verificar se o programa do Irã é inteiramente pacífico. O Brasil concordou. A oferta do Irã excluiu os EUA, um de seus maiores críticos internacionais. Muitos veem o esforço como uma tentativa de dividir as nações que conduzem as negociações nucleares.

As próximas discussões deste mês ocorrerão em nível técnico entre representantes do Irã, da União Europeia, do grupo denominado 5+1 (Estados Unidos, Rússia, França, Grã-Bretanha e China, além da Alemanha) e também da Turquia, em Istambul, segundo a agência iraniana oficial de notícias Irna.

Embaixadores na agência de energia atômica da ONU do Egito, Cuba, Síria, Argélia, Venezuela, Omã e da Liga Árabe chegaram em Teerã neste sábado e visitaram o reator de água pesada não concluído perto de Arak, no centro do Irã, informou a tevê estatal. Mais tarde, o grupo visitará a unidade de enriquecimento de urânio perto de Natanz.

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Mudança de rumo

Numa clara demonstração de que a pupila Dilma Rousseff começa a desvencilhar-se da política praticada pelo padrinho Lula, o IItamaraty recusou-se a integrar a missão internacional à convite do regime iraniano. A visita ao país de Mahmoud Ahmadinejad, com o objetivo de inspecionar, a partir de hoje, as instalações nucleares, serviria para avaliar a finalidade pacífica dos projetos iranianos.

O Brasil, que em 2010 causou polêmica por ter mediado um acordo nuclear com Teerã, optou agora por ficar no mesmo lado dos países do Conselho de Segurança da ONU. A posição é unânime: o Irã deve abrir suas portas para os inspetores da ONU. A Turquia, que também havia participado de uma mediação com o Brasil, também recusou a oferta.

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Nesta sexta-feira, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, conseguiu levar a Teerã apenas diplomatas da Liga Árabe, e de membros do Movimento dos Países Não Alinhados, Egito, Omã, Cuba, Venezuela e Síria. “Diplomatas poderão ver tudo o que quiserem. Essa é uma viagem para oferecer total transparência”, disse Ali Asghar Soltanieh, embaixador do Irã na Agência Internacional de Energia Atômica.

Segundo a diplomacia europeia, o tour patrocinado pelo Irã pretende converter-se em instrumento de propaganda do regime. A decisão do Brasil ocorre menos de uma semana depois que Teerã apresentou ao governo brasileiro uma queixa formal pelos comentários da presidente Dilma Rousseff sobre a situação dos direitos humanos no país persa. Em entrevista nos Estados Unidos, antes de assumir o governo, Dilma declarou que o Brasil ─ sob a gestão de Celso Amorim no Itamaraty ─ havia errado em se abster em uma votação na ONU que condenava o apedrejamento de mulheres no Irã.

(Com Agência Estado)

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