Berlusconi diz que agiu de boa fé ao tentar libertar Ruby
A partir de 6 de abril, ele será julgado por abuso de poder e crime sexual
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse nesta sexta-feira que a ligação que fez no dia 27 de maio para a delegacia de Milão para que libertassem a menor de origem marroquina e assídua a suas festas, Karima El Mahroug, mais conhecida como Ruby – pivô do escândalo envolvendo Il Cavaliere -, foi feita de boa fé.
Pelo caso Ruby, Silvio Berlusconi será julgado a partir do próximo dia 6 de abril por abuso de poder e suposta incitação à prostituição de menores. O processo contra o premiê ficará a cargo de três juízas que formam o tribunal: Giulia Turri, Carmen D’Elia e Orsola De Cristofaro.
Berlusconi insistiu em sua versão da ligação para a delegacia de Milão na qual tinha afirmado que Ruby, que foi detida pelo roubo de 3.000 euros, era parente do então presidente do Egito, Hosni Mubarak, e sugerido que a libertassem. O primeiro-ministro, segundo a imprensa, teria comentado aos parlamentares que com essa ligação não cometeu nenhum delito e que por isso não se arrepende.
‘Festas bunga-bunga’ – No último dia 18, Ruby descreveu como eram as orgias com Berlusconi: dezenas de mulheres nuas dançando e se acariciando em torno do primeiro-ministro disputam sua atenção. Era assim que aconteciam as chamada “festas bunga-bunga” do chefe de governo italiano.
Trechos do depoimento de Ruby para os investigadores vazaram para o jornal italiano La Repubblica. “Depois do jantar, íamos para um salão no subsolo, onde acontecia a bunga-bunga”, contou a moça. “Todas as garotas ficavam nuas durante a bunga-bunga, e eu tinha a sensação de que elas estavam competindo umas com as outras para fazer com que Berlusconi as notasse, com performances sexuais cada vez mais ousadas.”
Julgamento – Ruby é peça-chave do processo que corre na justiça italiana contra Berlusconi, acusado de contratar seus favores sexuais quando a marroquina ainda era menor de idade. O primeiro-ministro declarou não estar nem um pouco preocupado com o processo. Não houve acusações judiciais relacionadas com as festas “bunga-bunga”, que, no entanto, se tornaram motivo de inúmeras piadas na Itália nos recentes meses. Berlusconi admitiu que é “um pecador, como todo mundo”, mas acusou os juízes moralistas e adversários puritanos de orquestrarem uma campanha contra ele.
(Com agência EFE)