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Bashar Assad apresenta candidatura a terceiro mandato na Síria

TV estatal transmitiu leitura do anúncio feita por chefe do Parlamento. Regime dá sequência a processo eleitoral considerado 'paródia de democracia'

Por Da Redação
28 abr 2014, 09h32

Bashar Assad declarou nesta segunda-feira que vai buscar uma reeleição, desafiando os pedidos de opositores para se afastar do poder e permitir uma solução política ao conflito que se arrasta há três anos e já deixou mais de 150.000 mortos no país. Ele apresentou sua candidatura formalmente à Corte Constitucional para a eleição de 3 de junho, apesar de ser difícil imaginar como o processo se dará em um país que tem mais de 1 milhão de refugiados e vários territórios nas mãos de rebeldes que tentam derrubar o regime.

Quando a data da eleição foi anunciada, há uma semana, o governo americano classificou o plano de Assad de realizar eleições de “paródia de democracia”, usando os mesmos termos empregados pela União Europeia para definir o pleito. Outros seis candidatos apresentaram sua candidatura naquela que, ao menos na teoria, seria a primeira eleição presidencial com vários candidatos. No entanto, nenhum de seus rivais deve representar uma possibilidade real de acabar com quatro décadas de domínio da família Assad no país.

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Opositores no exílio ficam impedidos de se candidatar, porque novas regras definidas em março exigem que os interessados tenham morado os últimos dez anos no país. Além disso, a Constituição também estabelece que as candidaturas devem obter o apoio de 35 membros do Parlamento, totalmente dominado por aliados de Assad.

O anúncio da candidatura de Assad foi feito pelo chefe do Parlamento, Mohammad al-Laham, que leu a solicitação enviada à corte. “Eu… dr. Bashar Hafez al-Assad… quero me candidatar ao cargo de presidente da República, na esperança de que o Parlamento vá endossar (a decisão)”, diz a carta, cuja leitura foi transmitida pela TV estatal.

Em um comunicado divulgado pouco depois, Assad pediu calma à população, afirmando que “demonstrações de satisfação manifestadas por apoiadores de qualquer candidato à Presidência deve ser responsável”. Segundo a imprensa estatal, ele também pediu que os sírios não disparem tiros para o alto, “para manifestar sua alegria”. “Os que desejam expressar sua alegria e apoio a qualquer candidato à presidência devem comportar-se com um senso de responsabilidade nacional, comparecendo para votar na data determinada”, completa o texto.

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Em reportagem publicada no mês passado, a agência Reuters afirmou que autoridades voltaram a organizar manifestações em apoio a Assad e comerciantes são pressionados a pintar as cores nacionais nas fachadas de seus estabelecimentos. Além disso, estudantes também são levados para fazer parte de marchas pró-regime, muitas vezes sem que os pais sejam avisados previamente.

Bashar Assad herdou o poder do pai, Hafez Assad, que governou por três décadas e morreu em 2000. Em um referendo realizado em maio de 2007, foi aprovado para um segundo mandato de sete anos. Um detalhe: com 97,6% dos votos, maioria praticamente impossível de ser alcançada em um pleito limpo e justo.

Armas químicas – A ONU anunciou neste domingo que a Síria ainda precisa entregar 8% de seu arsenal químico. O prazo da ONU para a total destruição de armas químicas da Síria é 30 de junho, mas o regime sírio havia prometido concluir a remoção de suas 1.300 toneladas de substâncias químicas em 27 de abril, depois de perder vários prazos.

Sigrid Kaag, chefe da missão conjunta das Nações Unidas e da Organização para a Proibição de Armas Químicas, disse a jornalistas em Damasco que a ONU espera que a Síria cumpra o prazo de junho. “Poucos dias atrás fomos capazes de anunciar e confirmar que mais de 92% do estoque de armas químicas da Síria foram removidos ou destruídos no país. Isso é importante”, disse.

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(Com agências EFE, France-Presse e Reuters)

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