Ban Ki-moon exige ingresso de ajuda humanitária em Homs
Revoltado com o bloqueio de caminhões no castigado bairro de Baba Amr, secretário-geral da ONU classificou a situação na Síria como 'intolerável'
Revoltado com o bloqueio de caminhões com ajuda humanitária na Síria, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, classificou nesta sexta-feira como “inaceitável e intolerável” a situação no país. Ki-moon pressionou o governo de Damasco a permitir, “sem impor condições”, a chegada de ajuda humanitária ao moradores do bairro de Baba Amr, na cidade de Homs, um dos mais castigados pela repressão.
“Peço que acabem imediatamente com a violência e que autorizem o acesso humanitário. Esta é nossa prioridade número um no momento”, afirmou Ki-moon.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram mais de 9.400 pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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Na manhã de sexta-feira, sete caminhões do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) chegaram a Homs com alimentos, medicamentos, cobertores e leite infantil, mas o comboio não conseguiu entrar no bairro de Baba Amr, em Homs. Segundo o presidente da CICV, Jakob Kellenberger, o comboio ficará durante a noite em Homs na esperança de entrar em breve em Baba Amr.
O CICV havia recebido na quinta a autorização do governo sírio para entrar no bairro de Baba Amr, depois que este reduto dos rebeldes foi recuperado pelas forças do regime de Bashar Assad após 27 dias de ataque seguidos por uma ofensiva terrestre.
Manobra – O atraso na entrada do comboio dá margem às alegações da oposição de que as forças do regime tentam se livrar das evidências de crimes contra a humanidade já que, nesta sexta, a Comissão de Direitos Humanos da ONU afirmou que pelo menos 17 pessoas foram mortas em Homs em um “conjunto terrível de execuções sumárias”.
Massacre – Enquanto isso, o fotógrafo britânico Paul Conroy, retirado nesta semana da zona de conflito, afirmou que a cidade de Homs vinha sendo palco não de uma guerra, mas de “um massacre cego”. “É um massacre de homens, mulheres, crianças”, declarou Paul a partir de seu leito no hospital na Grã-Bretanha, onde está recebendo tratamento.
(Com Agência France-Press)