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Ativista indiano anticorrupção Anna Hazare inicia greve de fome

Por Por Giles Hewitt
19 ago 2011, 09h40

O ativista indiano Anna Hazare iniciou esta sexta-feira, logo após sair da prisão, uma greve de fome de duas semanas, que pode reforçar a onda de protestos contra a corrupção no país, à qual o governo não tem sabido responder.

“Devemos gerar uma mudança total ao país”, disse este admirador de Gandhi de 74 anos à multidão que o aclamava na esplanada do centro de Nova Délhi, onde as autoridades o autorizaram a levar adiante sua greve de fome durante duas semanas.

O líder radical havia saído momentos antes da prisão de Tihar, em Nova Délhi, onde permanecia recluso após ter sido detido na terça-feira.

Sorridente e saudando simpatizantes ao deixar a prisão, prometeu às milhares de pessoas reunidas para recebê-lo continuar com sua greve de fome “até que a Índia esteja livre da corrupção”.

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Em seguida, subiu em um caminhão aberto, que o levou a uma esplanada, no centro de Délhi, onde iniciou seu jejum para pressionar o governo, ao qual pede leis anticorrupção mais fortes.

De origem humilde, Hazare serviu o exército durante 15 anos antes de dar baixa e se dedicar ao ativismo, criando a associação Movimento do Povo contra a Corrupção.

Transformou-se em uma figura nacional, cuja popularidade desestabilizou o governo, eleito em 2009 com uma contundente maioria parlamentar.

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Sua campanha se alimentou do profundo descontentamento, particularmente de parte da crescente classe média, contra uma cultura que generaliza os subornos para assegurar qualquer coisa, de licenças empresariais a certidões de nascimento.

Centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas das cidades do país nos últimos dias na demonstração de descontentamento popular mais significativa dos últimos 30 anos.

A resposta do governo, particularmente a detenção inicial de Hazare e de milhares de seus partidários, tem sido amplamente criticada como uma reação trôpega de uma administração que perdeu o contato com seu eleitorado.

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O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, que parece cada vez mais vulnerável, denuncia a campanha de Hazare como uma tentativa “totalmente equivocada” de socavar a democracia parlamentar, mas suas palavras tiveram pouco eco.

Embora tenha sido oficialmente libertado na noite de terça-feira, Hazare se negou a deixar sua cela até que as autoridades suspendessem as restrições ao que chamou, originalmente, de um indefinido “jejum até a morte”.

Em uma concessão embaraçosa para a coalizão liderada pelo Partido do Congresso de Singh, finalmente conseguiu a permissão para levar adiante a greve de fome de 15 dias em uma ampla esplanada, normalmente reservada a festividades religiosas.

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Mas em um novo desafio às autoridades, Hazare disse estar disposto a ir além destas restrições também.

“Minha saúde é boa”, disse em um vídeo divulgado de sua cela, na noite de quinta-feira.

“Sinto que posso ir além dos 15 dias autorizados pelo governo. Pedirei permissão para prolongar o jejum outra semana. Não deixarei de lutar”, disse.

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Com a veste branca e os grandes óculos característicos e sua defesa da greve de fome como forma de protesto não violento, o ativista veterano é visto por muitos de seus seguidores como um novo Mahatma Gandhi.

O momento é especialmente ruim para Singh, de 78 anos, já atingido por uma sucessão de escândalos de corrupção multimilionários nos quais estão envolvidos políticos de alto escalão.

Seu ex-ministro de Telecomunicações está sendo julgado por fraude relativa a licença de telefonia móvel, que pode ter custado ao país até 39 bilhões de dólares em tributos não recebidos.

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