Ataque à base no Afeganistão mata major-general dos EUA
Soldado afegão disparou dentro de um campo de treinamento localizado próximo a Cabul. Americano foi o militar de mais alta patente a morrer no país
Um major-general do Exército dos Estados Unidos morreu nesta terça-feira após um soldado afegão abrir fogo dentro de um campo de treinamento da coalizão ligada à Otan no Afeganistão. As instalações de Qargha estão localizadas nos arredores de Cabul e serão a única base mantida pela Grã-Bretanha no país até o fim do ano. Segundo o jornal The New York Times, o americano assassinado foi o militar de mais alta patente a morrer no conflito. O ataque deixou dezenas de feridos, incluindo outros soldados americanos e um importante comandante afegão. Não foram liberadas informações sobre o estado de saúde dos demais militares atingidos pelos disparos nem sobre as condições do atirador.
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A coalizão restringiu a divulgação de detalhes sobre o ataque, limitando-se a dizer que “um incidente” havia ocorrido no campo de treinamento. Sher Alam, um soldado afegão que guardava a entrada das instalações, disse que oficiais de alta patente, afegãos e estrangeiros, faziam uma reunião na base quando o ataque ocorreu. Testemunhas afirmaram que escritórios de representações estrangeiras foram alvejados pelo atirador. Helicópteros também pousaram no local com o objetivo de evacuar as vítimas.
Os jornalistas que se dirigiram ao local disseram que o clima era de tensão, com militares postados para proteger as instalações de outros eventuais atentados. Massoud Hossaini, um fotógrafo da agência Associated Press, afirmou que estava posicionado à frente do portão da base quando um soldado começou a gritar para que ele se afastasse. O militar disparou uma metralhadora acoplada a um veículo para alertar o fotógrafo, mas os tiros atingiram uma área próxima ao carro da reportagem.
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Talibã – Ao New York Times, um porta-voz do grupo terrorista Talibã declarou que estava tentando reunir informações sobre o ataque. Zabiullah Mujahid, no entanto, apontou que a organização radical possui diversos apoiadores infiltrados na base militar de Qargha. Não há confirmações oficiais sobre as declarações de Mujahid nem sobre a possibilidade de um extremista ter se disfarçado para cometer o atentado.