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Após trégua, Israel ainda busca soluções contra túneis de Gaza

De acordo com a imprensa israelense, uma das opções seria construir uma barreira subterrânea protetora a um custo de mais de 2 bilhões de dólares

Por Da Redação
7 ago 2014, 07h38

Israel começou a buscar soluções tecnológicas para neutralizar a estratégia palestina de cavar túneis entre a Faixa de Gaza e o território israelense. O debate, segundo a imprensa israelense, abriu uma discussão sobre responsabilidades entre o governo e os altos comandantes do exército. Uma das possibilidades em estudo é a criação de um obstáculo subterrâneo que evite a construção de túneis, projeto que necessitaria um investimento orçado em 2,38 bilhões de dólares (5,23 bilhões de reais), embora o exército avalie outras opções menos custosas para detectar trabalhos de escavação sob a terra, informou o jornal Haaretz.

O principal desafio é localizar infraestruturas que se desenvolvem a dezenas de metros sob a superfície e de comprimentos às vezes quilométricos. “Estamos a 1,2 quilômetro de Gaza, perante uma infraestrutura que foi escavada a mais de 15 metros de profundidade, embora haja outras que alcancem os 20”, explicou o capitão Roni Kaplan, porta-voz do exército israelense, durante uma visita a um destes locais que chega até o kibutz Ein Hashlosha.

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A saída do túnel é próxima ao local onde em outubro as forças armadas descobriram uma das primeiras passagens, o que fez disparar o alerta sobre as dimensões desta rede subterrânea, principal alvo da recente operação militar. Há trinta dias, o exército israelense embarcou em uma ofensiva com o objetivo de atacar com maior intensidade a infraestrutura militar do movimento islamita Hamas, força governante na Faixa de Gaza desde 2007, para pôr fim ao lançamento de foguetes. Mas, na medida em que a ofensiva avançou, a ideia de desmantelar os túneis que milícias palestinas construíram sob Gaza foi definida como máxima prioridade para Israel, que durante a operação se viu surpreendido por ao menos trinta galerias.

No túnel encontrado em Ein Hashlosha, cabos telefônicos e de eletricidade cobrem os milhares de painéis de cimento alinhados ao longo de três quilômetros que separam sob o solo o kibutz de argentinos e uruguaios imigrantes da cidade palestina Khan Yunes, em Gaza. O túnel avança e se transforma em uma estreita brecha onde, em fila indiana, os milicianos do Hamas tinham acesso ao território israelense. Na entrada do túnel, Kaplan explicou “a construção de uma infraestrutura como esta requer conhecimento técnico e toneladas de cimento, a um custo de cerca de 3 milhões de dólares (6,6 milhões de reais)”.

No total, os cálculos israelenses mostram que os grupos armados palestinos em Gaza investiram anos e “cerca de 100 milhões de dólares (220 milhões de reais) para levantar os corredores subterrâneos”. A advertência de possíveis ataques contra a população civil mantém em expectativa as comunidades vizinhas à fronteira, que alguns moradores já abandonaram e se negam a retornar até que o exército não resolva este problema.

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Após o cessar-fogo de 72 horas, o exército israelense mantém forças na área ao redor de Gaza, devastada após trinta dias de ofensiva. Além dos arrasadores cálculos de analistas, que cifram em bilhões os dólares necessários para reconstruir a Faixa, ficam as sequelas de um conflito que não deixa vencedores, mas a mais absoluta tragédia personificada na morte de mais de 1.865 pessoas, cerca de 10.000 feridos e a sombra de um flagelo humanitário que ganhará intensidade com a passagem dos dias.

Sahar, um soldado da brigada de combate de 29 anos que retorna de Gaza após semanas no terreno, reitera, após sua experiência, que os túneis “são um verdadeiro, problema” para a segurança de Israel. “Quando se ataca um ponto, não destrói todo o túnel, é como uma cidade subterrânea, exatamente o mesmo”, contou o militar.

Israel faz distinção entre túneis ofensivos, que se dirigem a seu território, e os de caráter econômico que começaram a proliferar em direção ao Egito por causa do bloqueio imposto desde 2007. Calcula-se que, em épocas de bonança, os palestinos chegaram a ter milhares deles entre o sul de Gaza e o Sinai. Pelos túneis ofensivos, pelo menos em cinco ocasiões durante os dias da operação Limite Protetor, vários comandos palestinos adentraram em Israel após cavar os últimos metros até a superfície e atacaram bases militares israelenses, que terminaram com doze soldados mortos.

(Com agência EFE)

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