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Após morte de opositor, premiê da Tunísia vai formar novo governo

Hamadi Jebali anunciou a formação de um governo de unidade nacional

Por Da Redação
6 fev 2013, 16h43

O primeiro-ministro da Tunísia, Hamadi Jebali, anunciou nesta quarta-feira que vai formar um novo governo de unidade nacional apartidário. O anúncio foi feito depois de um dia de protestos no país, em reação à morte a tiros do líder da legenda opositora tunisiana Patriotas Democratas, Chokri Belaid. Após a morte de Belaid, centenas de manifestantes saíram às ruas de Túnis e de Sidi Bouzid, epicentro das revoltas que deram origem à Primavera Árabe. Para Jebali, o assassinato foi político e representa “um golpe contra a revolução”. Belaid era secularista e adversário ferrenho do governo liderado por islamistas ditos moderados, eleito em outubro de 2011.

Segundo Jebali, o novo governo será formado por “cidadãos competentes sem filiação política”. E o novo gabinete terá um mandato “limitado a orientar os assuntos do país até que as eleições sejam realizadas, no menor prazo possível”.

Reinaldo Azevedo: Tunísia – Uma falsa Primavera, um assassinato e o óbvio que ulula

A Tunísia passou a ter novos governantes depois da revolta que levou à derrubada de Zine el Abidine Ben Ali, em janeiro de 2011. Na cidade de Sidi Bouzid, Mohamed Bouazizi, um universitário com pós-graduação, ateou fogo ao próprio corpo em desespero depois que a polícia confiscou seu carrinho de frutas, que operava sem licença. A morte de Bouazizi desencadeou protestos que derrubaram o presidente. “Mais de 4.000 estão protestando agora, queimando pneus e atirando pedras contra a polícia”, afirmou Mehdi Horchani, morador de Sidi Bouzid, à agência Reuters. “A raiva é muito grande”, completou.

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O partido islamista Ennahda, líder da coalizão que governa a Tunísia, afirma não ter tido qualquer ligação com a morte e culpa pessoas interessadas em “tirar do rumo a transição democrática no país”. “O Ennahda é completamente inocente no assassinato de Belaid. Seria possível que o partido governista cometesse esse assassinato, sabendo que isso poderia prejudicar os investimentos e o turismo?”, disse o chefe do partido, Rached Gannouchi. “A Tunísia vive o maior impasse político desde a revolução. Não devemos entrar em uma espiral de violência. Precisamos mais do que nunca de unidade.”

A Tunísia foi o primeiro país árabe a derrubar seu presidente e realizar eleições livres enquanto os protestos se espalhavam por toda a região, há dois anos, levando à queda dos governantes do Egito, do Iêmen e da Líbia e à guerra civil na Síria. Desde a derrubada da ditadura tunisiana, o governo tem enfrentado uma série de manifestações contra a crise econômica e o caminho a ser trilhado pela Tunísia, já que grande parte da população se queixa de que os salafistas (islamistas radicais) se apoderaram da revolta e impõem os seus princípios em um país dominado anteriormente por uma elite secular.

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(Com agência Reuters)

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