Cabul, 24 fev (EFE).- O Afeganistão viveu nesta sexta-feira o quarto dia de protestos populares contra a queima do Corão, apesar de a violência ter diminuído e, segundo o Ministério do Interior, no início da tarde terem sido registrados apenas cinco feridos.
‘Não houve incidentes graves nos conflitos desta sexta. Há dois policiais e três civis feridos’, afirmou no Twitter o porta-voz do Ministério, Sediq Sediqui.
Segundo a agência afegã ‘AIP’, após as orações da sexta-feira milhares de afegãos se reuniram nas ruas de algumas cidades do norte e do leste e também na capital do país, Cabul.
Os protestos contra a queima do Corão deixaram até o momento 16 mortos em diversos pontos do país, entre eles dois soldados das tropas internacionais que morreram por disparos de um militar afegão durante uma manifestação.
‘Trabalhar junto com as autoridades afegãs é a única forma de corrigir esse grave erro e garantir que nunca mais aconteça’, disse em uma nota de imprensa enviada na quinta-feira à noite o chefe da missão da Otan no Afeganistão, John Allen.
Os distúrbios começaram na terça-feira, depois que vários funcionários afegãos da maior base americana no Afeganistão, Bagram, denunciaram publicamente que exemplares do Corão foram queimados dentro do complexo.
A missão da Otan e o Governo afegão abriram uma investigação para determinar as causas do incidente e na quarta à noite Allen pediu as suas forças e à população afegã ‘paciência e moderação’ até que essa equipe chegue a uma conclusão.
A profanação do Corão é um assunto muito sensível no Afeganistão, cuja população é predominantemente muçulmana.
No ano passado, 20 pessoas, entre elas sete trabalhadores da ONU, morreram por causa dos protestos pela queima pública de um exemplar em uma igreja americana. EFE