Acordo nuclear com o Irã esteve muito próximo, diz Kerry
Apesar da indefinição nas negociações na Suíça, secretário americano mostra otimismo: "Conversamos mais em trinta horas do que nos últimos trinta anos"
O secretário de Estado americano John Kerry relatou nesta terça-feira que os Estados Unidos e o Irã quase chegaram a um acordo sobre o programa nuclear do país árabe durante a maratona de negociações que aconteceu no último fim de semana, em Genebra. “Estivemos muito, muito perto”, disse o secretário para a rede britânica BBC.
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As conversas, no entanto, acabaram sem definição e um novo encontro entre o Irã e o grupo 5+1 — os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha e França) mais a Alemanha – foi agendado para 20 de novembro. Apesar disso, Kerry defendeu que as diferenças entre as duas partes são conciliáveis e analisou com otimismo o encontro na Suíça. “Conversamos mais em trinta horas do que nos últimos trinta anos.”
Recuo iraniano – O secretário de Estado confidenciou que foram os negociadores iranianos que recuaram no último momento, quando o grupo 5+1 já havia concordado com uma proposta para o acordo. O relato de Kerry contraria a versão divulgada por diplomatas de que a França teria sido a principal responsável pelo impasse ao propor termos mais duros com o Irã.
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Na entrevista à BBC, Kerry evitou criticar a postura dos negociadores iranianos, mas destacou que um acordo só será possível quando Teerã entender que toda a comunidade internacional precisa ter certeza de que o Irã não tem um programa de desenvolvimento de armas nucleares.
Agência – Enquanto isso, o governo do Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciaram na segunda-feira que assinaram um termo conjunto que permitirá visitas ao reator de água pesada de Arak e à mina de urânio de Gachin.