Acordo aumentará presença militar dos EUA nas Filipinas
Embaixador, porém, declarou que os Estados Unidos 'não vão voltar a abrir bases militares permanentes nas Filipinas', antiga colônia americana
Estados Unidos e Filipinas assinaram nesta segunda-feira um acordo que permitirá uma maior presença de tropas americanas nas bases militares filipinas, a poucas horas da chegada de Barack Obama a Manila, na última etapa do giro do presidente pela Ásia.
O Acordo de Cooperação para a Melhora da Defesa (EDCA, na sigla em inglês) foi assinado pelo ministro da Defesa filipino, Voltaire Gazmin, e pelo embaixador dos EUA nas Filipinas, Philip Goldberg, em Camp Aguinaldo, o quartel-general das Forças Armadas filipinas.
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Segundo Goldberg, o acordo servirá para que tanto os EUA como as Filipinas possam “enfrentar situações de segurança mais complexas, lutar contra o terrorismo e melhorar a ajuda humanitária em desastres naturais, como o (ciclone) Haiyan”.
“O EDCA é um reconhecimento que podemos fazer mais para promover a paz e segurança na região”, disse Goldberg na breve cerimônia de assinatura. O embaixador também quis esclarecer que os EUA “não vão voltar a abrir bases militares permanentes nas Filipinas”, que foi colônia americana por 48 anos, até 1946.
O ministro da Defesa filipino afirmou que, com o pacto, se pretende “desenvolver a aliança” entre os dois países que permitirá que “infraestruturas e equipamentos estejam disponíveis quando for necessário”. Embora até o momento os detalhes do pacto sejam desconhecidos, fontes consultadas pela imprensa local asseguram que o acordo terá uma duração de dez anos.
Disputa territorial – O pacto entre EUA e Filipinas acontece quando o governo de Manila se encontra em plena disputa territorial com Pequim por várias ilhas no Mar do Sul da China, na qual aconteceram vários incidentes entre pescadores e forças navais dos dois países.
Os EUA aumentarão sua presença militar nas Filipinas, onde até agora tinham apenas 500 soldados dedicados ao treinamento de forças antiterroristas. O acordo também se insere na nova estratégia das Forças Armadas americanas de aumentar sua presença na Ásia – e assim fazer frente à crescente zona de influência chinesa sobre a região.
Protestos – Grupos de ativistas filipinos que se opõem ao pacto continuavam nesta segunda-feira nas ruas de Manila os protestos iniciados na quarta-feira contra o acordo e a visita de Obama. “Os EUA procuram manter seu domínio na região violando a soberania nacional e saqueando as economias de seus supostos ‘aliados”, afirma em comunicado o secretário-geral do grupo ativista filipino Bayan, Renato Reyes.
Obama chega nesta segunda às Filipinas, sua quarta e última parada de sua viagem asiática. O presidente americano se reunirá com seu colega filipino, Benigno Aquino, com quem deve dialogar, entre outras questões, sobre a estratégia militar dos dois países.
(Com agência EFE)