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Zagallo, 80 anos – e ainda querendo seleção

Por Silvio Nascimento Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 ago 2011, 08h21

“Sou a favor do sexo antes, depois e até durante o jogo”

O alagoano de nascimento Mario Jorge Lobo Zagallo – carioca por opção – completa 80 anos nesta terça-feira com um currículo e uma vontade de trabalhar invejáveis. Ponta-esquerda da seleção brasileira de 1958 a 1964, marcou 36 gols e faturou as duas Copas em que jogou, Suécia-58 e Chile-62, e as duas em que treinou a seleção, México-70 e EUA-94. E às vésperas de receber “uma festa surpresa” de amigos e família diz que ainda gostaria de ajudar a seleção com sua “experiência e conhecimento” para a próxima Copa, aqui no Brasil, a segunda que vai acompanhar em casa.

Zagallo é testemunha do cemitério que virou o Maracanã em 1950 na partida final em que o Uruguai venceu o Brasil por 2 a 1. “Fiquei justamente no lado do Brasil quando o Ghiggia fez o gol do Uruguai. Sofri muito.” Zagallo era soldado, tinha 18 anos e estava no estádio porque desde que começou a jogar no América, dois anos antes, já sonhava com a seleção brasileira. “E tinha até um plano, porque jogar pelo meio seria muito difícil, ali sempre apareceram muitos jogadores bons, os melhores. E como eu tinha bons dribles passei a jogar na ponta-esquerda.”

Sacadas deste tipo – como a de encontrar um lugar onde a concorrência seria menor e poderia lhe valer a condição de titular – fizeram de Zagallo, a serviço do esporte há mais de 60 anos, um vencedor. Levou seu coração para dentro de campo e ainda hoje, quando assiste uma partida da seleção, não gosta de muita gente por perto, prefere curtir, reclamar, xingar, ficar bravo com o posicionamento, lances errados, dribles tolos, tudo isso a sós.

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Ainda sofre mas traz muito mais lembranças boas que ruins, como as de trabalhar com os dois maiores gênios do futebol, Pelé e Garrincha, ou a emoção de todas as partidas entre Santos e Botafogo com suas turmas de craques nos anos 1950 e 1960, ou ainda de festejar as lindas jogadas de craques em detrimento do futebol parrudo dos atletas praticamente olímpicos que vestem as camisas dos clubes no futebol de hoje.

Como grande frustração, confessada quando ainda treinava a seleção para Copa de 2006, a perda da medalha de ouro nos Estados Unidos em 1996. “Trouxemos bronze, mas não teve o mesmo gosto de vitória porque perdemos um jogo praticamente ganho, contra a Nigéria. Naquela altura, estávamos vencendo por 3 a 1 quando em 12 minutos o adversário virou o jogo, fomos para o golden gol e aí perdemos. Foi muito triste, muito duro para mim.”

Acostumado às vitórias, sempre gostou também de frases de efeito e declarações permeadas de sarcasmo e algumas com doses de desabafo. Deu duas entrevistas a VEJA, em 21 de fevereiro de 1996, onde disse ser mais difícil, no caso do Brasil, ganhar uma medalha de ouro na Olimpíada que vencer uma Copa do Mundo; e outra em 20 de maio de 1998, em que disse que sua sexta Copa do Mundo seria, talvez, a mais dura delas. Um pressentimento mais que comprovado com a fatídica final com a França, em que Ronaldo sofreu uma convulsão e Zidane, “que nunca tinha marcado um gol de cabeça na vida, fez dois”.

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