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Pelé: o rei nas páginas de VEJA

Por Da Redação
21 out 2009, 22h14

O maior jogador de futebol da história completou 69 anos na última sexta-feira. Edson Arantes do Nascimento – o rei Pelé, como é mundialmente conhecido -, foi um personagem marcante do país nas últimas cinco décadas. Em quatro delas – desde que VEJA chegou às bancas, em 1968 -, o supercraque foi tema de diversas reportagens da revista, que acompanharam de perto sua trajetória, tanto nos gramados como fora deles.

Pelé não precisava fazer muito para provar seu talento e versatilidade. Dentro dos campos já havia sido consagrado rei, quando resolveu alçar voos completamente alheios à carreira de jogador de futebol: em 1968, assinou contrato com a extinta TV para ser ator, entrevistador e apresentador, revelou VEJA na edição de 13 de novembro daquele ano.

Entretanto, toda essa superexposição acabou chateando Pelé, como contou em dezembro de 1968. O “heroi dos super-herois” confessou que estava cansado de ser um mito e que preferia a família ao futebol. “A primeira vez que eu saí numa delegação nem dormi direito, de ansiedade. Agora é tudo bem diferente. Torço para não ir a lugar nenhum.”

Apesar da aparente insatisfação, o jogador continuou atuando de maneira brilhante pelo Santos Futebol Clube até e chegou a um dos principais momentos de sua trajetória: o milésimo gol. Em 19 de novembro de 1969, as mais de 65.000 pessoas que assistiam ao jogo da equipe santista contra o Vasco da Gama, no Maracanã, vibraram junto com o rei quando ele marcou o gol histórico em uma cobrança de pênalti. Reportagem de VEJA acompanhou o fato e ainda mostrou fotos de outros gols marcantes de rei, como o primeiro e o mais bonito.

Em 1971, Pelé foi capa de VEJA ao anunciar que deixaria a seleção. Como já havia dito, a carreira impedia o rei de ficar com a família. A despedida seria um primeiro passo para abandonar os campos de vez – depois, deixaria o Santos.

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Desde que parou de defender o país dentro dos campos, Pelé ouviu muitas críticas e sofreu uma grande pressão para voltar. “Esse é um assunto morto”, disse Pelé em entrevista a VEJA, em 1974. A proximidade da Copa do Mundo criou muita especulação sobre um possível retorno, mas Pelé estava decidido e chegou a dizer que caso fosse convocado abandonaria o futebol imediatamente.

Ainda em 1974, o rei deixou de jogar pelo Santos e no ano seguinte foi para os Estados Unidos para vestir a camisa do New York Cosmos. O jogador ainda foi apontado como o responsável por um fato inédito: o crescente interesse dos americanos pelo esporte. Mas a estadia nos Estados Unidos não durou muito. Em 1977, depois de 21 anos de carreira, Pelé pendurou as chuteiras. Além do desejo de passar mais tempo com a família, dizia que queria parar quando estivesse no auge da carreira. Ele não queria ser lembrado como um atleta decadente.

E não foi. Como jogador recebeu diversos títulos, e o principal foi o de “Atleta do Século”, em 1981, A premiação foi organizada pela publicação francesa L’Equipe.

Em 1986, aos 45 anos e nove anos após ter deixado os campos de futebol, estava descrente na Seleção e chegou a dizer que voltaria a vestir a camisa amarela. Mas ao contrário do que ocorreu em 1974, quando pediu para não ser convocado, desta vez foi o técnico Telê Santana quem não o quis. Em entrevista a VEJA, disse que estava preocupado com a situação do time brasileiro e estava disposto a jogar as três últimas partidas na Copa do México – o que não ocorreu.

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Em 1991 veio à tona uma filha bastarda. Em dezembro desse mesmo ano, um teste de DNA provou que Sandra Regina Machado era mesmo herdeira do rei, fruto de um relacionamento com a empregada doméstica Anízia Machado em 1963. Mesmo com o resultado do exame, Pelé negou a paternidade, mas em 1995 o Superior Tribunal de Justiça confirmou a sentença que declarou Sandra filha do rei.

Aos 53 anos e muito mais rico do que quando era jogador, Pelé mostrou talento também para os negócios. Apesar de desentendimentos com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e com o então presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), João Havelange, em 1993, Pelé faturou dez milhões de dólares como garoto-propaganda – fora os outro cinco milhões que as suas empresas deveriam lucrar vendendo pacotes turísticos para a Copa do Mundo de 1994, como revelou VEJA.

Quatro anos depois, Pelé apareceu em nova entrevista para explicar o motivo de sua briga com Havelange – que quase tirou o Brasil da Copa do Mundo de 1998, na França. De acordo com o ex-jogador, o motivo da confusão foi um projeto de lei criado por Pelé, que na época estava na condição de Ministro Extraordinário do Esporte. A proposta do rei pretendia mudar as regras de funcionamento dos clubes, de compra e venda de jogadores e de atuação dos árbitros.

Em 2001, Pelé voltou a ser destaque por conta de nova confusão com a Fifa, pois a entidade promoveu uma eleição on-line para escolher o melhor jogador do século. Pelé disse que não estava abalado com a nova votação e seguia confiante que era o melhor do mundo. “Acho que ninguém tinha dúvida antes sobre quem foi o melhor jogador de futebol de todos os tempos. No dia que surgir um jogador que vença três Copas do Mundo, dois campeonatos mundiais de clubes e faça mais de 1.300 gols eu quero estar vivo para passar-lhe pessoalmente a faixa de melhor do mundo”, disse o rei.

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Em março deste ano, Pelé mostrou seu lado mais humano e falou da vida de aposentado. “Recebo 3.000 reais no INSS. Já posso pegar ônibus de graça e pagar meia-entrada no cinema”, brincou. Durante a entrevista, Pelé também disse que aprovava Dunga como técnico da seleção e deu conselho aos novos jogadores. “Daria ao Robinho o conselho do meu pai: ‘Deus te deu talento e graça. Cuide deles’.”

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