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As lições de Barcelona para os jogos olímpicos do Rio

Projeto de revitalização do porto se inspira nas transformações da cidade espanhola. O ex-prefeito Pasqual Maragall está no Rio para dividir com Eduardo Paes sua experiência à frente do executivo de Barcelona no ano de 1992

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 jun 2012, 16h31

A revitalização da zona portuária do Rio de Janeiro é uma das principais tarefas da prefeitura para as Olimpíadas de 2016. Quando as competições estiverem encerradas, e o eixo principal de fluxo de pessoas voltar a ser entre a zona sul, o centro e a zona norte, esta a região da cidade assumirá a condição de ‘assinatura’ da prefeitura encarregada do projeto olimípico. O objetivo é transformar a área desvalorizada e esvaziada em um chamariz para novos empreendimentos. As mudanças pelas quais passa o porto têm inspiração direta no projeto olímpico de Barcelona. O prefeito carioca, Eduardo Paes, tem estreitado relação coma cidade espanhola. Nesta terça-feira, ele participou do evento II Conexão Rio-Barcelona, no qual esteve presente Pasqual Maragall, prefeito de Barcelona nas Olimpíadas de 1992.

“O porto é uma situação parecida com Barcelona. No caso deles, era mais grave ainda porque, dentro da cidade, era a única zona de onde tinham vista para o mar. O nosso Elevado da Perimetral era, no caso deles, uma linha de trem”, explicou Paes. Barcelona criou um túnel para que o trem passasse sem atrapalhar a paisagem. O Rio também faz escavações para escoar o trânsito após a derrubada do Elevado da Perimetral e, assim, liberar a vista para a zona portuária. “O porto é o contato com o mundo. Em Barcelona, o porto sempre representou aquilo que Madri não tinha. É uma vantagem enorme”, afirmou Maragall, debilitado pelo Alzheimer.

No domingo, Paes vai inaugurar o primeiro trecho das obras do Porto do Rio. É uma área de 350 mil metros quadrados que inclui a revitalização das ruas Barão de Tefé, Venezuela, Sacadura Cabral, Camerino e parte da Avenida Rodrigues Alves. Essa foi a única parte das obras bancada pela prefeitura, que desembolsou 139 milhões de reais. O local passou a receber os serviços de drenagem, esgoto, energia, gás e toda a rede aérea agora é subterrânea. Esse trecho corresponde à fase um do cronograma. É a fase dois, no entanto, que concentra o maior volume de obras- serão investidos oito bilhões de reais em quase cinco milhões de metros quadrados.

“As olimpíadas são a possibilidade de essas capitais ‘reinarem por um dia’, como dizemos na Espanha. A cidade pode se transformar graças a esse acontecimento”, disse Maragall. A principal diferença, por enquanto, citada pelo ex-prefeito é a figura do voluntário. “Os jogos são caros, mas no nosso caso não foi tão caro porque muitos voluntários ofereceram trabalho sem cobrar nada. Muitos procedimentos não foram feitos por empresas, mas por voluntários”, explicou Maragall.

Assista ao vídeo sobre as obras no Píer Mauá

Em comum, pelo que Maragall observou nos quatro anos anteriores às competições, é o clima na cidade. “Sempre que há um evento assim as cidades mudam, há um ambiente de fervor. As classes sociais desaparecem e passa a existir uma grande generosidade por parte das pessoas”. A transformação orquestrada por Maragall é motivo de constantes elogios quando o assunto são as Olimpíadas no Rio. Paes é o primeiro a puxar o coro: “Eu quero ser você amanhã. Meu sonho é ser Pasqual Maragall”, disse o prefeito.

Segundo Paes, logo após a vitória do Rio como sede dos jogos, em 2009, ele fez uma viagem para Londres, Atenas e Barcelona. A capital inglesa estava “em outro estágio civilizatório”. Para inspirar o Rio, sobrava Atenas e Barcelona. “Atenas sofreu grandes intervenções, mas, no final, a Atenas de antes e de depois das Olimpíadas continuava a mesma. A cidade ficou exatamente do mesmo jeito. As pessoas vão, visitam a Acrópole e depois partem para as Ilhas Gregas”, contou. “Barcelona passou por uma transformação absoluta, se tornou uma das capitais importantes da Europa, uma cidade referência e motivo de desejo”, afirmou.

Das dicas oferecidas por Pasqual Maragall, Paes captou a principal. Segundo o ex-prefeito de Barcelona, há dois tipos de jogos. Um são os que se utilizam da cidade e o outro, quando a cidade de utiliza deles. Barcelona é o exemplo de cidade que soube se apropriar e se promover com as Olimpíadas. “Nosso papel é ver como os jogos podem deixar um legado”, disse Paes, como quem entendeu a lição.

Hotéis – No evento, a presidente da Empresa Olímpica Municipal, Maria Silvia Bastos Marques, afirmou que há nove mil quartos de hotel licenciados ou em construção. Em análise e consulta, são cerca de 10 mil. Atualmente, a cidade possui 20 mil quartos em hotéis de três a cinco estrelas. Pelas regras do Comitê Olímpico Internacional, só na Barra da Tijuca deve haver 15 mil acomodações e, no centro, aproximadamente cinco mil. A cidade espera receber 10 milhões de turistas durante as Olimpíadas.

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