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“Não tive isso, é uma oportunidade única”

Primeira mulher a comandar uma delegação do Comitê Olímpico Brasileiro, medalhista Adriana Behar destaca o caráter educativo dos Jogos da Juventude

Por Flávia Ribeiro
1 ago 2010, 18h45

Medalha de prata das Olimpíadas de Sidney, em 2000, e de Atenas, em 2004, e campeã Mundial em 1999 e em 2001, sempre em dupla com Shelda, a jogadora de vôlei de praia Adriana Behar, de 41 anos, é a chefe da delegação brasileira na primeira edição dos Jogos Olímpicos da Juventude, em Cingapura. Primeira mulher a chefiar uma delegação do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Adriana está encantada com a chance que esses jovens terão de entrar em contato com os ideais olímpicos desde cedo. “Não tive isso, é uma oportunidade única”, destaca.

O que esses Jogos representam?

A oportunidade de aproximar jovens atletas, futuros talentos, de um ideal olímpico, do que a gente chama de olimpismo. A oportunidade de eles conviverem nesse tipo de ambiente. E, para a gente, a chance de ter mais informações sobre o rendimento deles, a oportunidade de observar esse jovem que já está no mundo esportivo. No futuro, numa Olimpíada, chegar com essa bagagem já vai ser outra coisa. Quanto mais habituados com a pressão, com o assédio da mídia numa competição de alto rendimento, melhor.

Esses Jogos têm diversas diferenças em relação a uma Olimpíada, como competições mistas com equipes formadas por meninos e meninas e outras formadas por atletas de países diferentes. Por quê?

O diferencial é que o foco é a competição, claro, mas paralelamente existe uma programação cultural e educativa e existem ações de relacionamento. Essas mudanças fazem parte dessas ações, que buscam fazer um intercâmbio entre os atletas de diferentes gêneros ou culturas, buscam agregar valores olímpicos. É uma das intenções do COI (Comitê Olímpico Internacional), juntar culturas diferentes, educações diferentes, para que possam interagir. Fazer um exercício de amizade e respeito, valores básicos do olimpismo. Muitas vezes um atleta passa anos competindo sem entender esse contexto olímpico. Esses jovens são atletas que já competem internacionalmente por seus países, estão entre os melhores em seus esportes. Mas têm um caminho longo pela frente e a oportunidade de ganhar essa consciência desde cedo. Eu não tive isso, é uma oportunidade única!

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Por que não há um quadro final de medalhas?

Não existe quadro final de medalhas porque não é só o resultado que vale. Mas precisamos ter um parâmetro do nível técnico, claro.

Cada país só pode levar um esporte coletivo feminino e um masculino. Por que o Brasil vai levar o handebol e não, por exemplo, o vôlei, no qual estamos entre os melhores do mundo?

A Confederação Brasileira de Handebol pediu para ir e ganhou sua classificatória, no feminino e no masculino. A gente já tem uma estrutura forte no voleibol. Então vamos dar uma oportunidade de crescimento para uma modalidade que é a mais praticada nas escolas brasileiras, que é o handebol, que tem muito a evoluir, tem espaço para crescer.

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Como é ser a primeira mulher a chefiar uma delegação do COB?

Só soube disso depois que me convidaram. Acho que é mais um marco, mais uma prova de que a capacidade de conduzir um cargo independe do gênero. É um passo a mais que estamos dando para igualar, equilibrar homens e mulheres à frente do esporte e praticando esporte. Há cada vez mais mulheres nos Jogos Olímpicos. Então, me sinto honrada.

Essa é a primeira edição dos jogos. Há uma previsão de outras?

Sim. Esses são os jogos de verão, que vão acontecer de quatro em quatro anos. O próximo está previsto para 2014. E haverá também os Jogos da Juventude de Inverno, de quatro em quatro anos. Devem acontecer em 2012 e, depois, em 2016. E daí por diante.

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