Acusações de homicídio e posse de cocaína pesam sobre JP Mauro
Família do piloto brasileiro está em Miami e tenta articular sua defesa. Ele matou homem de 45 anos em acidente na noite de quinta-feira
Familiares do piloto brasileiro João Paulo Escudero Mauro, de 20 anos, já se encontram em Miami, onde tentam libertar o jovem, preso desde a noite de quinta-feira. Do boletim de ocorrência publicado na internet pelo sistema penitenciário de Miami, constam as acusações de homicídio culposo, de dirigir sob a influencia de entorpecentes e de posse de cocaína. O consulado do Brasil em Miami já foi notificado sobre o caso, mas só irá se pronunciar na segunda-feira.
Segundo a imprensa americana, JP Mauro (como ele é conhecido no circuito automobilístico) dirigia acima do limite de velocidade quando perdeu o controle de seu utilitário Mercedez Benz e atingiu Russell Knudson, de 45 anos. O piloto, que teria dado sinais de embriaguez, defendeu-se dizendo que precisou desviar de outro veículo.
O brasileiro teria um pacote de cocaína no carro e, segundo o policial que efetuou a prisão, havia pó branco em seu nariz. Segundo o jornal Miami Herald, o piloto pode responder, ainda, por falsificação da carteira de habilitação. Nos Estados Unidos, a idade mínima exigida para o consumo de álcool é 21 anos.
O advogado que acompanhou João Paulo no momento da prisão, Howard Srebnick, negou que o piloto tenha utilizado drogas e disse que seu rosto estava sujo por causa do airbag. Srebnick foi o advogado que representou o também piloto brasileiro Hélio Castro Neves em processo movido contra ele pelo fisco americano, por evasão de divisas. A família de JP Mauro, no entanto, busca outro defensor para ele.
A rede de televisão CBS informou que foi estipulada uma fiança de 260 000 dólares. Pago o valor, JP Mauro terá de entregar seu passaporte e ficar em prisão domiciliar com monitoramento de GPS na casa de sua família em um subúrbio de Miami.
Carreira – JP Mauro participou no Brasil da Copa Montana e da Fórmula Renault. Nos Estados Unidos, disputou três corridas na Grand-Am e negociava sua permanência na categoria para 2012.
Começou sua carreira correndo de kart, cinco anos atrás, categoria que competiu durante um ano. Entrou para a F-BMW, na Europa, depois de só quatro dias de treino no Canadá, temrinando a temporada em quarto lugar. Fez testes para a F-Renault, mas não conseguiu se classificar. Em 2009, JP Mauro passou a treinar em carros de Stcok Car e correu em São Paulo no GT Brasil, etapa de rua. Ainda no meio da temporada, foi para os EUA participar da Grand-Am, na categoria de acesso Continental Series.
Foi convidado a participar das últimas três provas da temporada, tornando-se o mais jovem a alinhar no grid na da categoria principal, a Rolex Series, ao volante de um Mazda RX-8. Em 2012, ainda pretendia disputar a temporada inteira da Grand Am.
Atualização
Em julho de 2013, o brasileiro fez acordo com a Justiça americana e se livrou da maioria das acusações. A defesa do piloto comprovou que ele tinha ingerido álcool, mas a dosagem estava dentro da tolerância prevista em lei: que não portava cocaína: que a velocidade com a qual trafegava também estava dentro do limite de tolerância para o local e horário previstos em lei; e que não portava documento falso.
Das acusações iniciais, foi mantida apenas a infração de trânsito e para homologar o acordo o piloto teve de cumprir 100 horas de serviço comunitário; compareceu à Promotoria para rever as fotos do acidente; teve a carteira de motorista suspensa por 10 anos nos Estados Unidos; e por cinco anos teve de doar, no dia do aniversário da vítima, valor correspondente ao da idade que a vítima teria, para a Mother’s Against Drunk Driving (MADD) – entidade que reune mães de vítimas em acidentes com motoristas alcoolizados. Ainda pagou multa de 1.000 dólares e teve de escrever uma carta de perdão aos familiares da vítima.
JP Mauro está no Brasil e atualmente disputa provas na categoria Cup, com modelos Porsche.