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Vinicius, 100: a prova de que biografias iluminam artistas

Escritor, que vem sendo resgatado pela academia, foi exemplo do artista cuja obra não se dissocia da vida. Calar sobre uma é obscurecer a outra

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
19 out 2013, 17h40

Há exatos 100 anos, em 19 de outubro de 1913, nascia no Rio de Janeiro o poeta, compositor e cantor Vinicius de Moraes. Tão plural quanto seu próprio nome – senão, ele seria Viniciu de Moral, como diria o escritor Sérgio Porto -, o carioca acumula em sua história nove casamentos, com influências diversas sobre a sua produção, diversos parceiros musicais, com incursões por ritmos e gêneros diferentes, peças de teatro, livros de poemas e crônicas e algumas das canções brasileiras mais famosas do mundo, entre elas a icônica Garota de Ipanema.

“A característica de Vinicius que mais me impressiona e, até hoje, ilumina os que conhecem a sua história era a liberdade que ele vivia. Não estava preso a nada, não se importava com dinheiro, coisas materiais”, diz Susana Moraes, a primeira filha do escritor. “Ele é uma inspiração. Nunca vi alguém que viveu como ele, e olha que sou bem velha”, brinca a primogênita do poeta, hoje com 73 anos. A liberdade de que fala Susana levou o menino crescido em colégio jesuíta, de onde tirou inspiração para os primeiros versos, a, já adulto, se converter ao candomblé, religião que marcou tanto os afro-sambas compostos com Baden Powell como parte das canções feitas com o amigo Toquinho. Apenas para citar dois casos em que vida e arte se comunicaram.

Em tempos em que artistas da MPB, entre eles amigos íntimos de Vinicius como Chico Buarque, se unem para brigar pela censura de biografias, o poeta se torna um caso exemplar da grande dificuldade que é dissociar a vida de um artista de sua obra. Quem concorda é José Castello, autor da biografia Vinicius de Moraes: O Poeta da Paixão, a primeira (e melhor) escrita sobre a vida e obra do poeta, publicada em 1994 pela editora Companhia das Letras. “O que separa Vinicius de outros gênios brasileiros da poesia é a sua vivência. Ele foi o único poeta de sua geração que não parou de se transformar, de devorar as oportunidades e de derramar a poesia sobre a vida”, diz Castello, que também é autor de outras respeitadas biografias, como Na Cobertura de Rubem Braga e João Cabral de Melo Neto: O Homem sem Alma.

Assim que finalizou o livro sobre Vinicius, Castello levou uma cópia para a Susana Moraes. Fez isso, segundo ele, porque quis, e não por ter sido obrigado a se submeter à herdeira. Os dois tiveram as suas diferenças na leitura geral, mas, mesmo assim, a família não proibiu a publicação do livro.

“Acho impossível falar ou escrever sobre um artista sem falar de sua vida. Acredito que vida e arte são inseparáveis. Ainda mais no caso de um poeta como foi Vinicius. Drummond resumiu isso muito bem: ‘De todos nós, Vinicius foi o único que viveu como poeta’. Portanto, essa separação se torna completamente impossível. Mas, insisto, penso que a regra vale para qualquer artista, de qualquer campo da arte, e não só para Vinicius”, resume o biógrafo.

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Para celebrar essa liberdade de um poeta que derramou a vida sobre a poesia, e a poesia sobre a vida, o site de VEJA ouviu especialistas, amigos e familiares, e selecionou crônicas, músicas e poemas para compor o Memorial VEJA a seguir:

Capa memorial Vinicius de Moraes
Capa memorial Vinicius de Moraes (VEJA)
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