‘SuperStar’: duelo de playbacks perde para Silvio Santos
Globo ficou atrás do SBT na audiência da noite de domingo, quando o reality show de bandas tornou cansativa uma disputa que prometia ser eletrizante
As chamadas para o SuperStar desse domingo convidavam o público para grandes duelos. “É tudo ou nada”, anunciava Fernanda Lima. “Vem aí uma batalha de gigantes”, prometia André Marques. Mas o que se viu no palco do reality de bandas, porém, foi uma constante troca de elogios e repetitivos depoimentos de familiares que não variavam além de “nervoso” e “ansioso” – além, é claro, dos comentários dos jurados, que pouco acrescentam aos participantes e ao público. Com tantas interrupções, o que deveria ser uma competição musical eletrizante tornou-se um falatório cansativo. A audiência sentiu: a Globo perdeu a liderança no horário para o SBT, marcando 10 pontos no ibope, contra 12 de Silvio Santos.
Nos duelos do SuperStar, as bandas se enfrentam em duplas, formadas pelos ‘padrinhos’ Dinho Ouro Preto, Ivete Sangalo e Fábio Jr. Os três cantores até podem passar por jurados, mas não são atores, e os diálogos ensaiados ficaram parecendo as novelas mexicanas da emissora concorrente.
A partir de agora, a regra do programa é a seguinte: a primeira banda se apresenta com o telão suspenso, enquanto que a segunda canta para a muralha de led. Se a segunda apresentação conquistar mais pontos que a primeira, a tela sobe e a banda passa para a próxima fase. “É um recomeço”, definiu bem Rodrigo, vocalista do Suricato, lamentando que o bom desempenho nas audições não pode ser acumulado. O que todos levam da primeira fase é apenas a obrigação de imitar a si mesmos – as bandas continuam “dublando” gravações feitas previamente, e a voz é a única capaz de ser avaliada ao vivo.
A adrenalina das bandas deveria ser ‘o tempero’ de SuperStar, particularmente na fase de duelos. Mas com o playback a coisa muda de figura. E o programa fica parecendo mais uma versão genérica do The Voice Brasil. Por meio de sua assessoria de imprensa, a TV Globo afirmou: “Os shows são ao vivo” – o que não quer dizer que as bases não sejam pré-gravadas para as apresentações no palco, como revelou o site de VEJA.
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O programa – Os jurados pensaram em perfis opostos para decidir quem iria se enfrentar. Os primeiros foram os pagodeiros do Tô de Cara (Ivete) contra o rock romântico da Malta (Dinho). Ambas tocaram músicas autorais, mas a personalidade da segunda venceu a batida ‘à Thiaguinho’ da primeira: 88% ante 61%. A segunda disputa, entre Trio Violada (Ivete) e Tarcísio Meira’s Band (Fábio), foi um pouco mais apertada: 64% a 69%, garantindo aos gaúchos irreverentes a classificação. As duas tocaram canções já conhecidas, mas venceu o arranjo inovador para Homem com H, de Ney Matogrosso. Na última batalha, de volta ao terreno fértil das composições próprias, Suricato (Dinho) superou The Soul Session (Fábio), com 87% contra 68%.
Fábio Jr. foi quem mais bateu na tecla do autoral. “Vocês deviam ter tocado alguma de vocês”, disse a Tarcísio Meira’s Band, apesar de ter dado ‘sim’ à banda. “Vi na internet que vocês têm várias músicas, como ‘Au, au, au, au, Tá doendo a cabeça do meu pai’, Apostem nisso”, aconselhou, às gargalhadas. “Estudou, hein, Fabão?”, brincou Ivete com o cantor que parece ter sido apresentado ao YouTube recentemente. “Assisti algumas coisas de vocês”, falou também ao Trio Violada, pegando da mesa o papel onde lia suas “descobertas”. E ele, que antes quase não falava, agora é eloquente. Ivete continua a ‘madame sim’, aprovando todas as bandas, enquanto Dinho – acredite – é o que sabe falar de música.
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Audições
Na primeira fase, até 50 bandas concorrentes podem se apresentar atrás do telão e, sem saber a porcentagem adquirida, apenas acompanham no painel as fotos daqueles que votam. Quando atingem 70% de votos a favor, o telão sobe, as bandas se revelam e são classificadas para a próxima fase. No final desta etapa, ficam 24 bandas.