Sherlock Holmes ganha exposição em Londres
Primeira grande mostra dedicada ao detetive na cidade em mais de 60 anos traz caderno no qual Arthur Conan Doyle esboçou o personagem
‘Sherlock Holmes encarna valores universais e atemporais. É tranquilizador em uma sociedade marcada por mudanças profundas ter um super-herói que resolve nossos problemas de maneira eficaz e sem emoções’, diz uma das curadoras da exposição, Pat Hardy.
O detetive Sherlock Holmes nunca existiu de verdade e, no entanto, recebe cartas no endereço 221B de Baker Street. Por isso, é providencial o nome da exposição que o personagem ganha a partir desta sexta-feira no Museu de Londres (Museum of London), em cartaz até 15 de abril. O Homem que Não Viveu, Mas Nunca Morrerá é a primeira grande mostra dedicada a Sherlock na cidade em mais de 60 anos.
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A exposição foi dividida em três partes: a primeira é dedicada à obra e ao legado do escritor Arthur Conan Doyle, que criou o personagem em 1886. A segunda apresenta a Londres vitoriana, na qual os becos e a neblina são também personagens das histórias de Holmes; a terceira traz objetos do detetive, suas roupas e suas ferramentas de trabalho. Podem ser vistos o caderno no qual Doyle esboçou o personagem e o sobretudo usado pelo ator britânico Benedict Cumberbatch em Sherlock, da BBC, o mais recente seriado dedicado ao detetive.
“Seu perfil e ‘armas’ – cachimbo, lupa e chapéu de caça – são imediatamente reconhecidos em todo o mundo. No reino dos detetives de ficção, Sherlock Holmes é o rei”, explicou Alex Werner, do Museu de Londres, sobre o personagem que já foi protagonista de centenas de filmes, séries de televisão, livros e jogos eletrônicos. De acordo com o Guinness, o livro dos recordes, o detetive é o personagem humano mais retratado da história, à frente de Hamlet e um pouco atrás do “não-humano” Drácula.
“Sherlock Holmes encarna valores universais e atemporais. É tranquilizador em uma sociedade marcada por mudanças profundas ter um super-herói que resolve nossos problemas de maneira eficaz e sem emoções aparentes. O sucesso da nova série, protagonizada por Cumberbatch, mostra que Sherlock Holmes ainda é muito popular”, afirmou uma das curadoras da exposição, Pat Hardy.
Ela se mostra surpresa, no entanto, com o fato de que muitas pessoas ainda conhecem Holmes primeiro pelos livros de Conan Doyle. O sucesso estimulou a Conan Doyle Estate, a empresa familiar que administra o legado do escritor, a encomendar outro livro de Sherlock Holmes ao escritor Anthony Horowitz, que chegará às livrarias britânicas em 23 de outubro com o título de Moriarty.
(Com agência France-Presse)