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‘Se Eu Ficar’ faz chorar mais que ‘A Culpa É das Estrelas’

Mas o novo dramalhão adolescente, baseado no livro de Gayle Forman, não supera a qualidade da adaptação feita da obra de John Green

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 Maio 2020, 15h39 - Publicado em 4 set 2014, 11h50

A conhecida combinação de drama e adolescência tem ganhado novos contornos no cinema. Histórias fortes e controversas, com assuntos que até então não eram discutidos com o público jovem adulto, se tornaram a essência de filmes e livros. Caso do romance entre adolescentes com câncer de A Culpa É das Estrelas, baseado no best-seller de John Green e, agora, do filme Se Eu Ficar.

A trama é outra adaptada de um assíduo frequentador da lista de livros mais vendidos – desde seu lançamento, no início de agosto, a obra ocupa o segundo lugar do ranking, logo atrás de A Culpa, de Green. Escrito pela americana Gayle Forman, o livro acompanha o terrível dia de uma garota de 17 anos que se vê entre a vida e a morte após um acidente de carro com a família. No saldo final de lenços de papel utilizados, Se Eu Ficar pode provocar mais choro que A Culpa É das Estrelas. Porém, não chega perto de sua qualidade.

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Mia (Chloe Grace Moretz) é um prodígio do violoncelo. Sua paixão pelo instrumento chama a atenção de Adam (Jamie Blackley), o garoto roqueiro da escola, que se apaixona por ela após ouvi-la tocar. Coincidentemente, os pais de Mia (vividos por Mireille Enos e Joshua Leonard) são grandes fãs do rock, que deixaram as jaquetas de couro e a vida louca para cuidar dos filhos. Ao lado do irmão mais novo, Teddy (Jakob Davies), Mia e seus parentes pintam a encarnação da família dos sonhos de muitos adolescentes, com uma vida de liberdade e música no último volume.

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A perfeição é interrompida logo no começo do filme por um grave acidente de trânsito, que deixa Mia em coma e seu espírito vagando pelo hospital, enquanto assiste ao desenrolar dos fatos sem conseguir interferir na tragédia. O único poder que ela descobre ter é o da escolha: se quiser ficar e encarar a nova e triste fase de sua família, ela pode reunir forças e sobreviver.

 

A primeira metade da adaptação se mostra promissora, com uma boa dosagem entre romance, drama e diversão entre família, e uma interessante trilha sonora ao fundo que, claro, mistura música clássica e rock. As cenas são lembranças de Mia, que se intercalam com o período no hospital. Na segunda metade, o diretor R.J. Cutler (Nashville) tira o pé do freio e deixa o dramalhão correr solto, com uma longa sequência feita para causar choro compulsivo na plateia.

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Apesar de já ter provado ser uma excelente atriz, com um currículo que inclui filmes como Kick-Ass e A Invenção de Hugo Cabret, a jovem Chloe, dessa vez, deixa a desejar. O roteiro também não ajuda. Especialmente nas desnecessárias cenas em que ela quase “encontra a luz”.

O longa pode se gabar de um feito, no entanto: é bem melhor que o livro. Nas páginas, Gayle cansa ao desenhar a ótima e inverossímil família de Mia. Os capítulos que intercalam o hospital e as memórias não funcionam e quebram o ritmo da leitura. A pior parte é a construção insatisfatória da protagonista e narradora. Em alguns momentos, a menina parece até apática ao infortúnio sofrido após o acidente.

As emoções que o livro não provoca, o filme esbanja. Programa ideal para quem não tem problemas em sair com a cara inchada de chorar de uma sala de cinema.

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