Revista trata bissexualidade de Cara Delevingne como ‘fase’

A revista americana Vogue está sendo criticada por tratar o relacionamento da modelo Cara Delevingne com a cantora St. Vincent como uma “fase”. Na edição de julho da publicação, a jovem britânica afirma estar apaixonada pela artista indie. Em seguida, o autor da reportagem, Rob Haskell, faz comentários sobre este ser apenas mais um momento da übermodel. “Seus pais acreditam que as meninas são apenas uma fase para Cara, e eles podem estar corretos”, escreveu o jornalista.

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Cara admitiu ter “sonhos eróticos com homens” e também falou sobre a relação conturbada na infância com a mãe, a modelo Pandora Delevingne, ex-viciada em cocaína, que fez fama nos anos 1980. A jovem então admite que, até hoje, só foi machucada emocionalmente por mulheres, e sua mãe teria sido a primeira. Em seguida, ela diz que talvez se case e tenha filhos um dia, porém tem medo de ser rejeitada pelos homens. Haskell, então, fez uma análise: “Quando eu sugiro a Cara para confiar em um homem, já que ela teria que rever uma ideia antiga e teimosa de que as mulheres são problemáticas e, portanto, só elas vão aceitá-la como ela é, a modelo me sorri de modo que admite este ponto”.

A declaração foi disseminada nas redes sociais e um abaixo-assinado, que já conta com cerca de 15.000 assinaturas, pede que a editora-chefe da Vogue, Anna Wintour, faça uma retratação em nome da revista por causa da reportagem. “A ideia de que mulheres que se relacionam com outras como uma consequência de algum trauma de infância é um estereótipo nocivo (e falso) que as lésbicas e bissexuais têm combatido por décadas”, explicou a autora Julia Rodriguez na descrição. “As pessoas são rápidas em presumir que identidades diferentes de mulheres são apenas uma ‘fase’ e se recusam a reconhecer os relacionamentos delas.” Até o momento, a revista não se manifestou sobre o assunto.

(Da redação)