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‘Público se sentiu abandonado por Ana Paula Arósio’, diz atriz que virou psicóloga

Suzy Camacho, que trocou as novelas pelo divã a partir 1984, analisa o caso

Por Mariana Amorim
18 out 2014, 08h18

Suzy Camacho foi atriz de diversas novelas brasileiras, como A Viagem, de 1975, e O Profeta, de 1977, ambas da extinta TV Tupi. Em 1987, interpretou Rosinha em Brega & Chique, da Rede Globo. Na emissora de Silvio Santos, onde fez a maior parte de seus trabalhos, ela atuou em tramas como Sangue do Meu Sangue, de 1995. Mas, mesmo com diversas novelas no currículo, Suzy descobriu sua vocação em outra praia, a da psicologia. Foi por ter trilhado antes um caminho similar ao seguido por Ana Paula Arósio, que abdicou da fama pelo anonimato, além da experiência de divã, que Suzy entende a reação do público, impactado pela mudança de vida da atriz da Globo. “O público se sente abandonado. Ele sente que, de repente, o ator ou a atriz não quer mais fazer parte da vida deles”, diz.

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​No começo desta semana, em entrevista exibida pelo Fantástico, Ana Paula Arósio falou pela primeira vez sobre a sua volta às telas como a protagonista do filme A Floresta que se Move, de Vinícius Coimbra. “É um personagem quase irrecusável. É um privilégio poder interpretar esse personagem”, disse a atriz, vista pela última vez na televisão e no cinema em 2010, quando participou do seriado Na Forma da Lei, de Antonio Calmon, e do filme Como Esquecer, de Malu de Martino. Ana Paula recusou o papel de protagonista da novela Insensato Coração, de Gilberto Braga, em 2011, e desde então vive reclusa.

Por que a decisão de Ana Paula Arósio mexeu tanto com os espectadores? No primeiro momento, eles se sentem abandonados, sentem que de repente o ator ou a atriz não quer mais fazer parte da vida deles. Existe o choque natural, ainda mais no caso dela, que se afastou de maneira abrupta. Depois, as pessoas entendem as razões dela. E mais tarde ficam indiferentes ao fato, simplesmente dão continuidade à própria vida. Infelizmente, ou felizmente, na nossa sociedade as coisas são muito rápidas, e novos talentos surgem, novas pessoas surgem e entram no esquecimento mesmo, em decorrência do número muito grande de produções que são feitas.

Na sua opinião, por que um ator renuncia à profissão? Normalmente, quando as pessoas estão passando por momentos decisivos, mudanças significativas, elas ficam fragilizadas e tomam decisões de maneira impulsiva, pouco elaborada. A atitude de Ana Paula pode ter sido a conclusão de um processo que já existia dentro dela, a vontade de dar uma pausa, um distanciamento, de recompor a vida de outra maneira, viver de outra forma. Às vezes, o assedio gera essa sensação, faz a pessoa querer a solidão, quer er estar à vontade.

Se ela decidir voltar, o mercado irá acolhê-la? Acho que sim, acho que ela tem vários elementos que chamam a atenção dos produtores, como a beleza e uma identidade na hora de interpretar um papel. O público com certeza aceitará, porque tem muito carinho por ela. Outras posturas da atriz não foram negativas, ela não estava envolvida em escândalos ou coisas que pudessem denegrir a imagem.

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Como foi o seu processo de mudança de profissão? A minha transição foi gradativa, eu não parei de repente com as novelas. Eu sempre trabalhei e estudei, me formei cedo, com 22 anos eu já era psicóloga. Então, ao mesmo tempo em que estava na TV, atuava de maneira beneficente em entidades, sempre ligadas às crianças, em orfanatos, creches. Depois abri meu consultório e a minha clínica, e o número de pacientes foi crescendo, ao passo que as produções de novelas em São Paulo, que eram o meu foco, praticamente pararam. A última novela que eu fiz, foi Fascinação, no SBT, de 1999 a 2000. A partir disso, me dediquei só a psicologia. A minha transição foi muito tranquila, porque não foi abrupta, não foi um momento de crise existencial, foi de fato por conta de oportunidades que surgiram. Depois, surgiu a oportunidade de ter um quadro no SBT por um ano, de 2011 a 2012, no programa Quem Convence Ganha Mais, e também na Rede Aparecida, em que eu fiquei cinco anos, apresentando um programa Família em Foco. Ano passado, terminamos este projeto, mas já estamos em vias de fazer um novo programa também sobre família.

E por que escolheu a psicologia? Eu sempre gostei de psicologia, porque estava associada à arte dramática, eu tinha que analisar a personalidade das pessoas para compor personagens.

Como você vê o meio artístico hoje? É muita diferente da minha época, porque antes nós tínhamos uma base sólida, do ponto de vista da preparação de personagens. A experiência profissional contava mais, a formação teatral, enfim. A beleza era importante, mas não era a condição principal. A Ana Paula Arósio é um exemplo disso, eu a conheci no SBT, quando ela foi descoberta, eu fazia Sangue do Meu Sangue e ela fazia Éramos Seis. Era uma menina linda e que não ficou só nisso, vimos que ela se aprofundou, procurou se aprimorar, tanto é que a considero realmente uma atriz promissora em termos de beleza e conteúdo.

E você, voltaria a atuar? Sim, com certeza! Eu acho que quem é atriz, uma vez, será sempre atriz. Mas tudo depende da oportunidade.

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