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Primeira noite de desfiles em SP começa com susto, mas escolas fazem grande festa

Por Mônica Garcia
6 fev 2016, 07h43

A primeira noite dos desfiles do Grupo Especial das escolas de samba de São Paulo, na noite desta sexta-feira, começou com um grande susto e cerca de 20 minutos de atraso. Uma queda de energia causada por explosão de um transformador deixou parte da avenida às escuras e os relógios que cronometram o tempo dos desfiles apagados. Geradores precisaram ser ligados para que a festa começasse. E começou, e foi a total alegria do Carnaval.

Poucas horas antes uma forte chuva caiu no entorno do Anhembi, e o público demorou a chegar no sambódromo. Mas durante a apresentação das escolas a chuva deu uma trégua, e todas as agremiações passaram sem grandes prejuízos para seus carros e fantasias.

A vice-campeã do Grupo de Acesso de 2015, a Pérola Negra, abriu os desfiles com o enredo “Do Canindé ao samba no pé. Vila Madalena nos passos do balé” a escola teve problemas para colocar dois carros alegóricos na avenida, prejudicando sua evolução. Sem luxo e muito tule, a Pérola Negra levou a primeira rainha de bateria estrangeira a desfilar no carnaval paulistano, a angolana Carmem Mouro. Apesar das adversidades, a agremiação conseguiu terminar aos 63 minutos, dentro do tempo estipulado.

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A Unidos de Vila Maria foi a segunda a desfilar e cantou os encantos da Ilhabela. O enredo “A vila formosa é mais bela, Ilhabela das maravilhas” contou a história da cidade do litoral norte do Estado, desde seu descobrimento até a modernidade através de suas lendas e histórias. Em busca do título inédito a agremiação mostrou alegorias e fantasias luxuosas, bonitas e muito bem-acabadas, confirmando o bom investimento em contratar o carnavalesco carioca Alexandre Louzada e o diretor de harmonia, Demis Roberto, ambos ex-Vai-Vai. A bateria do mestre Moleza surpreendeu com arranjos de reggae, música eletrônica e forró, e com uma “paradinha” mais demorada e coreografada no início do seu desfile para levantar o público.

Em seguida foi a vez da Águia de Ouro com o enredo “Ave Maria cheia de faces”, uma homenagem a Virgem Maria e outras mulheres que representam a feminilidade e a maternidade como, Ísis, do Egito, Vênus, em Roma, e Artêmis, na Grécia. A comissão de frente foi formada só por mulheres, representando bruxas vitorianas, que através de ilusionismo fizeram surgir de dentro de um caldeirão a Virgem Maria. Ao falar de religião a escola optou por não levar mulheres nuas para a avenida. A agremiação da Pompéia, também foi outra que teve problema para colocar um carro na avenida. O quarto carro emperrou na concentração e causou um buraco, mas não atrapalhou a evolução da escola, que fez um desfile correto.

Enquanto a Águia de Ouro evitou levar mulheres nuas para a avenida, a Rosas de Ouro seguiu o caminho inverso e mostrou corpos somente com tatuagens e muito tapa-sexo. Em busca do oitavo título, no ano passado ficou em terceiro lugar, a Rosas de Ouro levou a história da tatuagem para o Anhembi. O enredo “Arte à flor da pele. A minha história vai marcar você” fez uma linha do tempo, falando da origem da tatuagem nas antigas civilizações do Egito e da África, aos caçadores e seus desenhos até a Galeria do Rock, em São Paulo, passando pelos quatro grandes clubes de futebol paulista e pelo navegador inglês James Cook, responsável por trazer a tatuagem para o Brasil. O carnavalesco André Cezari, estreante na Rosas, optou por não trabalhar com muita cor rosa nas fantasias, alegorias e adereços, marca registrada da escola e pecou em algumas alegorias por trazer muitos elementos. Acostumada a levar muitas celebridades para seu desfile, as atenções ficaram voltadas para a rainha de bateria, Ellen Roche, que usou como capa uma rede de pescador estilizada, de gosto bem duvidoso. E o funkeiro MC Guimê, que teve uma ala para chamar de sua.

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Quinta escola a desfilar, a Nenê de Vila Matilde homenageou a atriz e bailarina Cláudia Raia. O enredo “Nenê apresenta seu musical: Rainha Raia nas asas do Carnaval” não empolgou as arquibancadas do Anhembi. Para contar a história da atriz, o carnavalesco Roberto Szanieck traçou uma linha paralela da vida e obra de Cláudia Raia com os grandes musicais. Mas com pouco luxo e sem a exuberância que a homenageada merecia a escola pecou em levar uma comissão de frente simples demais, além de alegorias sem muita criatividade. Os filhos Enzo e Sophia Celulari, que representaram a mãe na comissão de frente, e o marido Jarbas Homem de Mello, desfilaram também.

Penúltima escola a desfilar, a Gaviões da Fiel, levantou as arquibancadas com seu desfile “É fantástico! Imagine, admire e sinta!”. Com um enredo complexo e difícil sobre a origem da vida e diversas teorias de como o mundo surgiu, a escola do Bom Retiro, se perdeu em algumas alas ao contar a história na avenida, mas a criatividade superou as falhas. O carnavalesco Zilkson Reis apostou em fantasias hi-tech com muitas luzes de led em sua composição, mas algumas não resistiram até o fim. No fim ainda foi preciso apertar um pouco o passo para que não estourasse o tempo estipulado. A bateria sempre afinada e perfeita foi um dos pontos altos do desfile. A simpatia da madrinha de bateria Sabrina Sato, conquistou o público.

Última escola a fechar a primeira noite de desfiles do Grupo Especial de São Paulo, a Acadêmicos do Tatuapé, entrou na avenida já com o dia raiando e fez uma homenagem aos carnavais inesquecíveis e personagens emblemáticos da Beija-Flor de Nilópolis. Com o enredo “É ela, a Deusa da Passarela, Olha a Beija-flor aí, gente!”a escola paulistana recriou os grandes carnavais, principalmente, do mestre Joãosinho Trinta e fez um desfile bonito e correto com um samba empolgante. Um dos pontos altos foi a emblemática releitura do enredo de 1989 da agremiação carioca “Ratos e urubus, larguem minha fantasia” e a presença de grandes nomes da Beija-Flor como a ex-passista Pinah, que ficou conhecida por tirar o Princípe Charles para sambar, a mestre-sala Selminha Sorriso e o porta-bandeira Claudinho. Esse ano a escola conseguiu passar sem problemas no tempo estipulado. Em 2015 a escola foi penalizada por um atraso que quase a rebaixou para o grupo de Acesso.

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