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Por audiência, Record sacrificou história de ‘Os Dez Mandamentos’

Novela bíblica chegou ao fim nesta segunda-feira sem mostrar, de fato, os dez mandamentos

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 nov 2015, 07h35

A máxima “tudo por audiência” cai como uma luva na forma como a Record tratou um de seus maiores trunfos do ano, a novela Os Dez Mandamentos, que exibiu seu último capítulo nesta segunda-feira. Ou quase isso: como anunciado há algumas semanas, a trama de Vivian de Oliveira dirigida por Alexandre Avancini vai ganhar “segunda temporada”, em março de 2016, para concluir a história de Moisés (Guilherme Winter) e consolidar Josué (Sidney Sampaio) como guia dos hebreus antes de ele protagonizar Terra Prometida, o próximo folhetim bíblico da casa. Somente no ano que vem, portanto, o público que acompanhou a novela por oito longos meses poderá apreciar seu fim. Seria cômico se não fosse trágico, muito trágico, para a história de Os Dez Mandamentos, que acabou sacrificada pela emissora em nome da audiência.

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No capítulo desta segunda, Deus falou pela primeira vez com o povo que ruma para a Terra Prometida – hebreus, em sua maioria, mas também alguns egípcios e midianitas. Ele deu suas instruções, as leis que devem ser seguidas para que eles possam habitar Canaã. Depois de um discurso inflamado, Deus pediu a Moisés que subisse o Monte Sinai para que ele anotasse as leis, assim o povo poderia consultá-las no futuro. Moisés subiu e demorou cerca de quarenta dias para voltar, o que fez com que o povo lá embaixo começasse a duvidar que ele estivesse vivo. Pressionado, Arão (Petrônio Gontijo) construiu um bezerro de ouro, que serviria como uma espécie de deus e alento para os companheiros. Quando desceu, Moisés ficou enfurecido com o que viu, já que o bezerro contrariava uma das leis de Deus, a de não adorar nenhuma imagem, e quebrou as duas tábuas com os dez mandamentos.

Furioso, Moisés soltou fogo pelas ventas e gritou: “Quem estiver do lado de Deus, venha aqui!”. Assim, Os Dez Mandamentos terminou… sem os dez mandamentos. As tábuas, pobrezinhas, ficaram destruídas no chão — e terão que esperar pela segunda temporada para serem reescritas. Decepcionante, mas, infelizmente, condizente com a postura que o canal adotou nos últimos meses, quando a audiência da novela começou a crescer com as pragas do Egito. Desde então, a emissora fez o que pôde para esticar a trama para ver se ganhava uns pontinhos no Ibope por mais alguns dias. Com a sequência da abertura do Mar Vermelho, que deu uma vitória histórica à Record contra a Globo, era esperado que a história se encaminhasse um pouco melhor, com mais agilidade rumo a seus últimos capítulos. Não foi o que aconteceu e os espectadores continuaram a ver muitos diálogos vazios e cantorias aqui e acolá.

A audiência, é claro, é um fator de máxima importância para uma emissora comercial, que precisa vender anúncios para se manter. Porém, o exagero para manter os índices estragou uma boa história, que tinha potencial para (e realmente conseguiu) atrair o público. Nesta terça-feira, provavelmente, a Record vai anunciar excelentes números no Ibope, mas certamente não vai mencionar que por todos esses meses destratou seus espectadores, fazendo-os assistir a capítulos modorrentos, em que não acontecia quase nada, para chegar a um fim que não concluiu a história.

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