Aclamada como uma das melhores séries dramáticas de todos os tempos, Mad Men teve o seu episódio final exibido na noite deste domingo, nos Estados Unidos, com direito a festas temáticas de fãs em Nova York, cidade que serve de cenário à história do problemático publicitário Don Draper (Jon Hamm). Bares, restaurantes e clubes da cidade foram palco de reuniões marcadas por lágrimas, aplausos e suspiros — além de surpresa com o desfecho da série. No Brasil, o último capítulo da saga vai ao ar na noite desta segunda-feira, pelo canal pago HBO.
Em City Winery, Tribeca (sul de Manhattan), uma festa com vinho e pizza reuniu mais de cem pessoas. Alguns choraram, outros aplaudiram e todos ficaram surpresos e satisfeitos com o fim da série. Para muitos fãs da série criada por Matthew Weiner, o episódio final, de número 92, Person to Person, tinha como principal atração descobrir o destino de Don Draper, interpretado por Jon Hamm. “É um dos melhores finais de série que já vi. Muito inteligente”, disse Greg Caulfield, um engenheiro de 42 anos, ao comentar a conclusão.
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Com personagens complexos, sua estética primorosa, sua fotografia particular e o ritmo lento da narrativa, Mad Men cativou os telespectadores ao contar a vida de uma agência de publicidade na Nova York dos anos 1960, em uma representação fiel da sociedade da época. Com quatro prêmios Globo de Ouro e 15 Emmy, a série também triunfou por abordar temas como o sexismo e o racismo, dois problemas contra os quais os Estados Unidos ainda lutam. “É a minha série de TV favorita. É viciante. Eu a considero especial por duas coisas: é muito rigorosa em termos de estilo e é muito bem escrita. Os personagens são reais, têm defeitos”, afirmou Dawn Carrington, uma designer que usava um vestido justo e o cabelo ao estilo da personagem Joan Harris (Christina Hendricks), uma das estrelas de Mad Men.
O caos dos anos 1960 — A estreia de Mad Men aconteceu apenas um mês depois do fim da série The Sopranos, outro marco da televisão americana, e representou o início de uma nova era para o canal a cabo AMC, que posteriormente lançaria outros sucessos como Breaking Bad (2008-2013) e The Walking Dead (estreia em 2010).
“Não é uma série sobre publicidade. Isto é apenas o pano de fundo. É sobre as pessoas e o período no qual vivem”, disse o engenheiro Greg Caulfield, para quem boa parte do charme da série é a época retratada, os conturbados anos 1960. “Porque existe caos. Os anos 60 foram muito dramáticos, com assassinatos, Vietnã, distúrbios civis.”
Antes mesmo da exibição dos últimos sete episódios da série (a partir de 12 abril), Nova York começou a prestar homenagem a Mad Men. O canal AMC inaugurou uma escultura comemorativa diante do Time and Life Building, edifício-sede, na ficção, da Sterling Cooper and Partners, a agência de publicidade de Don Draper. E o Museu da Imagem em Movimento organizou uma mostra com cenários, figurinos e centenas de objetos de decoração, assim como um espaço fascinante que mostra como o produtor Matthew Weiner transformou sua ideia em uma série aclamada de TV.
(Com agência France-Presse)