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No Brasil, ‘Dona Florinda’ diz não ser amiga de ‘Chiquinha’

Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, Florinda Meza, viúva de Roberto Bolaños, o 'Chaves', falou sobre os vários rumores que surgiram desde a morte do marido, como o de ter proibido visitas a seu túmulo, na Cidade do México

Por Ana Beatriz Rosa
25 fev 2015, 22h47

Florinda Meza, viúva de Roberto Gomez Bolaños, o ‘Chaves’, aproveitou sua passagem pelo Brasil, onde está a convite do Programa do Ratinho, do SBT, para responder a questões e derrubar rumores que surgiram após a morte de seu marido, no final de novembro de 2014. Florinda, que participou ao vivo do programa nesta quarta-feira, falou em coletiva de imprensa em São Paulo sobre o seu relacionamento com os outros atores de Chaves e Chapolin, dois dos maiores sucessos de Bolaños. “Édgar Vivar (senhor Barriga) e Rubén Aguirre (professor Girafales) são os melhores amigos que eu e Roberto tivemos ao longo dos anos. Sobre a Maria Antonieta de Las Nieves (Chiquinha) não tenho muito o que dizer. Não posso chamá-la de amiga, mas não tenho nada contra ela”, disse.

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Maria Antonieta tinha uma relação tortuosa com Bolaños desde 1994, quando se apresentou como a filha de Seu Madruga em um programa de TV e foi interpelada pelo ex-colega, que pedia que seu nome fosse incluso nos créditos. Em entrevista ao site de VEJA em 2013, a atriz comentou os desentendimentos. “Não temos nenhum contato. Ele não atende meus telefonemas nem meus convites. Se não quer, não posso obrigá-lo a ser meu amigo”, disse sobre a relação com Bolaños.

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Além de falar sobre a intérprete de Chiquinha, Florinda rebateu os rumores de que havia proibido a visita ao túmulo de Bolaños no cemitério Panteón Francés, na Cidade do México, e instalado câmeras para monitorar o local. “Sempre tem gente que quer difamar as pessoas. Culparam a mim, mas não é verdade. As portas do cemitério estão abertas. Não existem câmeras de segurança no túmulo, apenas as câmeras que são do cemitério, um patrimônio histórico do século XIX, que precisa ser preservado.”

A viúva também negou que esteja trabalhando em uma cinebiografia de Bolaños. “Não estou e não tenho projetos para isso. Mas estamos desenvolvendo uma adaptação do Chapolin para desenho animado”, disse, sem dar detalhes sobre seus parceiros nessa empreitada, que ainda está em fase de estudo.

O melhor homem do mundo – Florinda namorou o ator Carlos Villagrán (intérprete do Quico) até 1977, quando o trocou por Bolaños. O casal não se separou desde então e Florinda também atuou como assessora e enfermeira do criador de Chaves, quando o marido já estava debilitado, nos últimos anos. Nesta quarta-feira, quase três meses após a morte de Bolaños, ela afirmou que ainda sente a dor da perda. “Ninguém supera uma perda tão grande como essa. Tenho 66 anos e vivi quase 40 ao lado dele. Tenho a sorte de ser atriz, profissão que me ensinou a controlar as emoções. Roberto foi o melhor homem do mundo.”

A atriz, que confessa ter sido ciumenta enquanto conviveu com Bolaños, também se derreteu pelos trabalhos do marido. “Ele tinha total controle do idioma, o que facilitava na hora de escrever roteiros. Tudo era muito bem escrito, mas, acredito que Chaves conquistou tantas gerações por saber lidar com o humor e com valores humanos. As pessoas aprendiam se divertindo”, disse. “Ele era um homem quase renascentista, desenvolveu de tudo: pintura, desenho, música, escrita. Tenho uma infinidade de materiais dele inéditos em casa. O legado dele não vai se perder facilmente.”

Brasil – A atriz falou da relação do elenco de Chaves com o Brasil. “Enquanto os argentinos nos adoram, os brasileiros nos veneram. Eu me pergunto se mereço tanto carinho. Toda a América do Sul nos tratou como irmãos quando Bolaños morreu”, disse. “No México, temos uma ótima imagem dos brasileiros. Na Copa do Mundo torcemos primeiro para o México e depois para o Brasil. Os fãs brasileiros são sempre queridos e amáveis, são ótimos anfitriões. Roberto sempre se comovia com os fãs daqui.”

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‘Los Supergenios de la Mesa Cuadrada’

O programa de 1968 reunia os atores Rubén Aguirre (Professor Girafales), Roberto Bolaños (Doutor Chapatín), Ramón Valdés (Ingeniebrio Ramón Valdés) e María Antonieta de las Nieves (como ela mesma e apresentadora). Em tom bem-humorado, os personagens comentavam notícias do momento, intercaladas por esquetes divertidos. 

‘Chespirito – El Ciudadano Gomez’

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El Ciudadano Gomez (1968) foi umas das histórias criadas por Roberto Bolaños para o programa Chespirito, em que apresentaria diversos personagens — entre eles o que dava título à atração. Foi também em Chespirito que nasceram os roteiros de Chapolin e Chaves. No episódio acima, Maria Antonieta interpreta uma vidente vigarista, que finge ver o futuro em sua bola de cristal. 

‘Chapolin’

A história do herói atrapalhado e medroso nasceu em 1970, um ano antes de Chaves e sua vila. Vivido por Roberto Bolaños, Chapolin aparece sempre que alguém está em apuros e tenta resolver a situação. O mesmo grupo de atores que trabalhava em Chespirito se reveza entre diferentes papéis nas histórias que mantêm apenas o quase-herói (e quase anti-herói) como elo principal. Uma das histórias mais famosas é aquela em que Maria Antonieta de Las Nieves interpreta a Bruxa Baratuxa, que tenta fazer com que a “camponesa de coração nobre” se case com seu filho. 

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‘Aquí Está la Chilindrina’

Em 1994, a personagem Chiquinha protagonizou a série Aquí Está la Chilindrina, que contava com números musicais. A história da personagem, no entanto, é diferente da que ficou conhecida em Chaves. Chiquinha era uma garota abandonada pelos pais que foi viver em um convento e enlouqueceu o padre e as freiras do local. Dirigido por Rubén Aguirre, o Professor Girafales, o programa foi o último apoiado por Bolaños, que queria seu nome nos créditos como criador intelectual da personagem e começou, então, a brigar com Maria Antonieta de Las Nieves. 

‘Kiko e sua Turma’

O ator Carlos Villagrán, intérprete de Kiko, protagonizou o seriado ¡Ah qué Kiko! (1988), traduzido como Kiko e sua Turma pela Rede Bandeirantes, que o transmitiu no Brasil. O programa também tinha o ator Ramón Valdés, o Seu Madruga, que assim como Villagrán se desentendeu com Bolaños e deixou o elenco de Chaves. Na história, Kiko é um garoto que trabalha na venda Surpresa, de Seu Madruga. Entre Chaves e Kiko e sua Turma, Villagrán protagonizou também as séries Kiko Botones (1981), Frederrrico (1982) e Las Nuevas Aventuras de Fredericco (1983). 

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‘Que Bonita Sua Roupa’

Quem é fã do seriado sabe pelo menos cantar o refrão de Que Bonita sua Roupa, número musical exibido no episódio Uma Aula de Canto de Chaves, que é dedicado especialmente ao garoto maltrapilho que mora em um barril. “Que bonita a sua roupa / Que roupinha mucho louca / Nela é tudo remendado / Não vale nenhum centavo / Mas agrada a quem olhar”, diz a canção. 

O cão arrependido

Uma das cenas clássicas do seriado é o poema recitado por Chaves no chamado Festival da Boa Vizinhança, realizado na Vila, que deixaria Drummond e Camões com inveja. “Volta o cão arrependido / Com suas orelhas tão fartas / Com seu osso roído / E com o rabo entre as patas”, diz o personagem duas vezes. Ao ser interrompido por Seu Madruga, ele conta que os versos são repetidos outras 44 vezes.

O filme do Pelé

“Teria sido melhor ir ver o Pelé”, diz Chaves no episódio Vamos ao Cinema. O garoto acompanha os outros personagens da Vila ao cinema para assistir a um filme sugerido por eles, mas não fica nem um pouco satisfeito com a escolha e repete inúmeras vezes a frase, irritando todos ao redor. O que poucos sabem é que na versão original, do México, Chaves diz: “Teria sido melhor ir ver o filme do Chanfle”, referindo-se ao protagonista de dois filmes dirigidos por Bolaños. Mas o bordão adaptado pegou entre os brasileiros.

Já chegou o disco voador

Em outro episódio, Seu Madruga combina com Chaves para que o garoto o avise caso Seu Barriga apareça na Vila para cobrar seu aluguel atrasado, dizendo o código enigmático “Já chegou o disco voador”. O problema é que, ao mesmo tempo, Quico está à procura de seu disco voador de brinquedo e grita para a mãe, ”Já se foi o disco voador”, o que causa um nó na cabeça de Seu Madruga, que não sabe se se esconde ou se retoma a sua rotina dentro de casa.

Vendedor de churros

Entre os empregos que Chaves arrumou para conseguir alguns trocados, ou apenas um sanduíche de presunto, estava o de ajudante de vendedor de churros na banca armada por Seu Madruga. Como truque de marketing, ele entoa com uma voz aguda:  “Aqui estão os churros, olha os churros”. Mas a estratégia não funciona e ele acaba vendendo para si mesmo, imitando alguns personagens da Vila.

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