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Mostra relembra carreira de Jean Paul Gaultier em Paris

Estilista é tema de exposição no museu Grand Palais até agosto de 2015

Por Da Redação
20 abr 2015, 19h29

Após 11 anos da mostra Pain Couture by Jean Paul Gaultier, na Fundação Cartier, em Paris, o estilista francês volta a exibir uma retrospectiva de sua carreira em um importante museu da capital francesa. A exposição itinerante The Fashion World of Jean Paul Gaultier: From the Sidewalk to the Catwalk (O Mundo da Moda de Jean Paul Gaultier: da Calçada para a Passarela, em tradução literal) abriu este mês no Grand Palais e apresenta, até o dia 3 de agosto, 175 looks assinados pelo eclético artista.

Gaultier quer se mostrar tão interessante e sedutor como pessoa, quanto as suas invenções. Consegue. O primeiro objeto da mostra é Nana, o urso despelado da sua infância, antecessor das suas modelos. O pobre, que abre a exposição, é a prova “viva” de quão cedo o estilista caiu nas redes da alta costura. O bicho, que provavelmente foi de pelúcia, recebeu implantes, cabelos de corda, camadas e camadas de maquiagem com os produtos da avó do dono e, para terminar, a costura dos famosos seios cônicos que depois vestiram Madonna.

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Não surpreende que instituições prestigiosas desenrolem o tapete vermelho a celebridades vindas de outros campos. Björk, no MoMA de Nova York, David Bowie na Filarmônica de Paris, Bob Wilson e Lady Gaga no Louvre, Gaultier no Grand Palais… espetáculos fetichistas atraem multidões. Esta exposição multimídia com cenografia feérica, para a qual contribuíram dezenas de profissionais em várias áreas, e que o costureiro considera não como uma retrospectiva mas uma “obra” em si, celebra não apenas a audácia da moda. Explora igualmente a cultura e a contracultura enquanto fontes de fascínio e inspiração. Por meio de um percurso temático em oito segmentos, traça um itinerário imaginário que se inicia nas ruas de Paris e vai até o universo da ficção científica.

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Toda a parafernália da imagética gaultieriana está ali, em conjunto com os seus desvios, transgressões, metamorfoses e reinterpretações. Desde as célebres marinheiras e criações étnicas, até o kilt e os mesmos vestidos-corselete criados para as estrelas. Gaultier suprime as fronteiras entre as culturas, mas também entre os sexos. Cria uma nova androginia ou, de modo oposto, diverte-se invertendo códigos para uma moda hiper sexualizada.

Da alta costura ao prêt-à-porter dos anos 1970 até hoje, lá estão as roupas para teatro e cinema de Almodóvar, Greenaway, Besson, Jeunet. O visitante passa por espaços interativos, retratos, croquis e documentos pessoais; assiste a filmes, concertos, espetáculos de dança, videoclipes, programas de televisão. Quem se aventura na mostra também testemunha os primeiros anos do estilista, e atravessa estandes de nomes sugestivos como O Salão, À Flor da Pele, Metropolis e Floresta urbana, videoinstalação criada pelos jovens artistas Lucie & Simon. Um lugar importante é dado à fotografia da moda, evidentemente, com tiragens às vezes inéditas de Warhol, Cindy Sherman, Lindbergh, Avedon, Pierre et Gilles, Doisneau e tantos outros.

Por sorte, o inquieto e curioso estilista afirma “não se considerar um artista”. Melhor assim. O seu eclético trabalho de quatro décadas, apesar da originalidade e inventividade, não pode mesmo ser chamado de arte. As peças apresentadas, algumas inéditas e audaciosas, não raro são resultado de puro e afetado capricho. Começam e terminam na própria extravagância.

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(Com Estadão Conteúdo)

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