Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Monica Bellucci: ‘Adoro a nudez em filmes’

Aos 47 anos, estrela de 'Um Verão Escaldante', que estreia nesta sexta-feira, aceitou aparecer nua apenas dois meses depois do parto de sua segunda filha com o ator Vincent Cassel

Por Carlos Helí de Almeida
25 jun 2012, 11h36

‘Nunca me senti usada por um diretor. Mas, de qualquer forma, sou uma atriz e, como tal, uso o meu corpo como instrumento de trabalho. Para ser sincera, adoro a nudez em filmes, quando ela é usada dentro do contexto correto. Tenho experiência suficiente para saber exatamente quando a nudez está sendo utilizada de maneira apropriada ou não dentro de um filme. E, claro, recusaria trabalho caso a nudez estivesse sendo mal explorada’

Ela começou a chamar a atenção do mundo em papéis de forte apelo sexual, como a personagem-título de Malèna (1999), de Giuseppe Tornatore, ou a Cleópatra da franquia francesa Asterix e Obelix (2002). Pois Monica Bellucci está de volta aos papéis de forte carga sexual em Um Verão Escaldante, dirigido pelo veterano realizador francês Philippe Garrel, que estreia nesta sexta-feira, 22, nas salas das principais capitais brasileiras.

No filme, a atriz italiana de 47 anos interpreta uma estrela de cinema que se deixa levar pelo poder que tem e acaba perdendo o controle sobre a carreira e sabotando o relacionamento com o companheiro, interpretado por Louis Garrel, filho do diretor. Aqui, Monica volta a impressionar pela forma física, especialmente numa sequência de nudez polêmica, filmada pouco mais de um mês depois de dar à luz Léonie, sua segunda filha com o ator francês Vincent Cassel.

Leia trechos da entrevista com a atriz concedida durante o Festival de Veneza, onde Um Verão Escaldante competiu pelo Leão de Ouro.

Continua após a publicidade

Em Um Verão Escaldante, sua personagem perde o controle da profissão e da vida amorosa. Existe uma receita para o equilíbrio nessa atividade?

As pessoas entram em crise em qualquer profissão, não apenas no negócio do cinema. Não é o tipo de trabalho que é determinante no desequilíbrio mental da pessoa, mas a vida em si. A gente sai dos trilhos porque a vida acontece, coisas ruins acontecem e você não consegue superá-las ou lidar com elas. Quando você começa a acreditar na imagem que criou para si mesma, como a Angèle de Um Verão Escaldante, isso vira uma coisa perigosa, doentia. A partir do momento em que Angèle fica famosa e ganha poderes, ela se torna uma mulher feia, porque se transforma numa pessoa agressiva, rude e desagradável.

Continua após a publicidade

Sentiu-se de alguma forma incomodada por ter que fazer cenas de nudez dois meses depois do parto de Léonie?

De modo algum. Eu me senti confortável e protegida no set, e foi Philippe quem me garantiu essa segurança. O que não entendo é porque todo mundo fala sobre esse curto momento em que apareço nua em Um Verão Escaldante e não se escandalizam com o fato de uma atriz mais jovem fazer muito mais cenas de sexo, como Keira Knightley, em Um Método Perigoso! O filme dela também foi exibido aqui em Veneza, no mesmo dia, e com cenas muito mais picantes, mas ninguém ficou chocado com elas, ou foi atrás de Keira por causa disso. E olha que minha pequena cena de nudez é apresentada como uma pintura, sem qualquer apelo.

Ainda incomoda ser convidada para encarnar mulheres sensuais?

Já fiz muitos papéis fortes na minha carreira, como Malena e Irreversível, nos quais a nudez fazia parte da história da personagem. Nunca me senti usada por um diretor. Mas, de qualquer forma, sou uma atriz e, como tal, uso o meu corpo como instrumento de trabalho. Para ser sincera, adoro a nudez em filmes, quando ela é usada dentro do contexto correto. Tenho experiência suficiente para saber exatamente quando a nudez está sendo utilizada de maneira apropriada ou não dentro de um filme. E, claro, recusaria trabalho caso a nudez estivesse sendo mal explorada.

Você e Vincent conversam sobre trabalho?

Quando estamos juntos, não falamos muito sobre filmes. Nunca interfiro nas escolhas que Vincent faz, nem ele nas minhas. Nossas vidas já são tão separadas física e profissionalmente que, quando passamos algum tempo juntos, o que menos queremos é conversar sobre trabalho (risos). A gente conta as horas para ficar junto de nossos filhos e curti-los, como uma família normal. Somos pessoas bastante independentes, e gostamos disso. Nunca interferirmos sequer no trabalho um do outro. Acho até que o fato de morarmos em cidades diferentes, eu em Londres, ele em Paris, torna nossos momentos juntos muito mais gratificantes. Não existem fórmulas para um casamento dar certo.

Continua após a publicidade

Já faz muito tempo que vocês não trabalham em um mesmo filme…

Temos um projeto juntos, que ele dirigirá, e que esperamos rodar no Brasil. É uma comédia romântica adulta, ambientada durante o carnaval brasileiro. É uma oportunidade que aguardo com ansiedade.

Mesmo depois do segundo filho, você não diminuiu o ritmo de trabalho. Os compromissos profissionais e os deveres maternos não a cansam?

Ainda não me sinto cansada com nada. Minha curiosidade ainda é muito grande, há tantas coisas acontecendo em casa e na minha profissão… Minha filha mais velha, Deva, já está com oito anos de idade, e a mais nova, Léonie, vai fazer 2, mas sempre dou um jeito de levá-las comigo quando vou fazer um filme. Não é fácil, é verdade, mas não é grande problema assim. É uma questão de organização.

O que você pode adiantar sobre esse filme que Vincent pretende rodar no Brasil? Qual o seu papel nele?

É uma história de amor entre dois adultos e as dificuldades do relacionamento entre eles. Eu e o Vincent interpretamos o casal da história. Promete ser um filme bastante divertido, mas um pouco melancólico também, embora a ação se passe durante o Carnaval brasileiro. Não gostaríamos de antecipar detalhes e acabar com o prazer do espectador em relação a uma história de amor tão bonita e delicada.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.