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“Não gosto da ideia de me dirigir”, diz Madonna

Cantora e diretora de 'W.E. - O Romance do Século' afirma que, ao longo da vida, usufruiu de tudo que gosta de fazer. Mas prefere não estar ao mesmo tempo dos dois lados da câmera

Por Carlos Helí de Almeida
11 mar 2012, 14h04

Em W.E. – O Romance do Século, que chega aos cinemas brasileiros nesta sexta-feira, Madonna, o maior ícone da cultura pop dos últimos 30 anos, debruça-se sobre a figura de Wallis Simpson, símbolo da elegância e da aristocracia americana que abalou a realeza britânica no início do século passado. Foi por causa dela, uma socialite duas vezes divorciada, que o então rei Eduardo VIII renunciou à coroa britânica, em 1936, meses depois de subir ao trono. Banidos dos círculos reais, Eduardo e Wallis viveram o resto de sua história de amor com os títulos de duque e a duquesa de Windsor – mas ela nunca conseguiu o direito de usar o tratamento de sua alteza. “Queria entender a natureza dessa história de amor. Entender como um homem em sua posição, como Eduardo VIII, abdicou do poder que tinha para ficar ao lado de Wallis”, confessou a cantora de 53 anos, durante o Festival de Veneza, onde W.E. fez sua estreia mundial.

O filme, o segundo da popstar como diretora, é contado do ponto de vista de Wally Winthrop (Abbie Cornish), uma jovem socialite da Nova York dos dias que hoje que, infeliz no casamento, descobre-se obcecada pela figura Wallis, vivida por Andrea Riseborough, e sua incrível história de amor. As duas tramas correm em paralelo e se encontram aqui e ali nos delírios de Wally. “Wallis e Wally são mulheres em busca de emancipação e de liberdade. Em certo sentido, todas nós, mulheres, nos vemos um pouco nelas”, explicou Madonna.

Veja a crítica de W.E. – O Romance do Século

Casos de cantoras que viram atrizes são inúmeros; cantoras que se tornam diretores de cinema, no entanto, são raros. Por que decidiu dirigir filmes?

Dirigir abrange todas as coisas que amo e gosto de fazer. Amo as artes em geral, arquitetura, música, literatura, roupas, moda, todas essas coisas. Ao longo da vida, consegui usufruir de todas as coisas de que gosto e fazer todas as coisas que amo. Sou uma pessoa muito detalhista, e misturo tudo isso na direção.

A direção, para você, só se concretizou já em idade madura. Nunca pensou em dirigir seu próprios videoclipes de suas músicas, por exemplo?

Não gosto da ideia de me dirigir. Acho que não conseguiria ser objetiva. Prefiro ficar de um lado ou do outro da câmera. Em relação aos vídeos, não me interessei em dirigi-los.

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Mas você sempre participou da concepção de seus vídeos musicais… Ou não?

Claro que sim. Eu já colaborei bastante com os diretores (de meus vídeos) mas, se estou fazendo algo dentro deles, quero que um diretor me diga o que devo fazer ou para onde devo ir ou não. Tenho essa necessidade, entende? Já trabalhei com alguns diretores que também atuavam em seus filmes. Anos atrás, fiz Dick Tracy com Warren Beatty e, para dizer a verdade, não entendia como ele conseguia dirigir e atuar ao mesmo tempo. Essa coisa de acumular tarefas me deixa doida.

Os universos explorados em W.E. são ricos e luxuosos. Isso foi determinante no estilo visual do filme?

De certa forma, sim. O trabalho de câmera é mais elaborado, usei muito steady cam nesse filme para realçar a fluidez e elegância dos movimentos de câmera, uma opção muito importante porque há muita elegância na história que explora. O mundo de Wally Winthrop, a mulher obcecada por Wallis Simpson, é muito Upper East Side de Manhattan, um mundo de luxo e de uma certa decadência também. O mesmo vale para o ambiente da realeza frequentado por Wallis Simpson nos anos 30.

Tanto a duquesa de Windsor, no século passado, quanto Wally, neste século, são mulheres que buscam emancipação e liberdade, temas recorrentes em suas canções. Identifica-se pessoalmente com as personagens?

Canalizar minha voz como artista sempre foi o meu objetivo na vida. As duas personagens estão buscando o seu lugar no mundo, desejam por liberdade, e é inegável que a liberdade de expressão é um assunto com o qual tenho lidado por toda a minha carreira.

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https://youtube.com/watch?v=4NpXKkK_AiQ

Vê paralelos entre o mundo das celebridades de hoje e o da realeza da época de Eduardo VIII?

Até os anos 40, quando as estrelas de cinema começaram a ser tratados com os reis e rainhas modernos, a família real (britânica) foram, sim, as figuras mais populares de sua época. O próprio James (Darcy, que interpreta Eduardo VIII no filme) disse em uma entrevista que Eduardo VIII, então herdeiro do trono, era tratado pelos meios de comunicação como uma estrela de cinema. O povo estava apaixonado por ele.

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A história de amor entre Wallis e Eduardo VIII a fascina desde jovem. O que há de você em Wally Winthrop, a socialite infeliz no casamento obcecada pela figura da duquesa?

Acho que me vejo nela no desejo de entender a natureza daquela história de amor. Ela chega a dizer: “Quero saber como é ser tão amada daquela forma”. Provavelmente eu tenha dito a mesma coisa a mim mesma. Queria entender a razão de um homem abdicar de tanta coisa em nome do amor. Os homens querem poder, eles matam para tê-lo: quantas guerras já foram feitas para conquistar um trono? Eis um homem que desistiu disso tudo por amor. Então, romântica que sou, gostaria de experimentar algo parecido. Wallys sente a mesma coisa, ela quer ser amada com a mesma intensidade.

Teme que W.E. – O Romance do Século seja julgado não por suas qualidades cinematográficas, mas pelo nome da pessoa que o dirigiu?

Essa é uma certeza que me acompanha sempre, mas tento não prestar muita atenção a esse tipo de julgamento.

Costuma ler as críticas de seus filmes?

Nunca li. Não gosto de ler críticas.

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