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‘Life’ mostra duas semanas que mudaram a vida de James Dean

Exibido em sessão especial do 65º Festival de Berlim, filme do diretor Anton Corbijn discute o preço da fama

Por Mariane Morisawa, de Berlim
8 fev 2015, 14h31

James Dean fez apenas três longas-metragens antes de morrer num acidente de carro em 1955, quanto tinha 24 anos de idade, mas entrou para a história não apenas por seu estilo de atuação como por representar o nascimento de uma cultura jovem que mudaria o mundo na década seguinte. Tentar capturar uma estrela dessas num filme é sempre arriscado, mas “Life”, dirigido por Anton Corbijn e exibido em sessão especial do 65º Festival de Berlim, escapa das armadilhas ao focar em apenas duas semanas de sua existência.

Seu primeiro filme, “Vidas Amargas”, de Elia Kazan, nem tinha estreado ainda quando o ator (no filme, interpretado por Dane DeHaan, o Harry Osborne de O Espetacular Homem-Aranha) conheceu o fotógrafo Dennis Stock (Robert Pattinson) numa festa do cineasta Nicholas Ray. Dean convidou Stock para assistir a uma exibição de “Vidas Amargas”, e o fotógrafo percebeu que estava diante de um futuro astro. Propôs uma sessão de fotos, que venderia para a revista Life. O ator, dividido entre o desejo de ter uma boa carreira no cinema e as pressões da máquina de Hollywood, relutou e deu um baile no fotógrafo, que correu atrás de Dean até Nova York. No fim, fizeram alguns cliques em Times Square e, depois, na fazenda onde o ator foi criado, em Fairmount, Indiana. As imagens ficaram famosas no mundo inteiro.

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O que se estabelece, na verdade, é uma relação de troca. Em primeira instância, Stock necessita das fotos para alcançar seu sonho de ter um trabalho respeitado e significativo, próprio para uma exposição, e Dean precisa se tornar o astro que o estúdio espera (Ben Kingsley faz uma versão divertida de Jack Warner, o chefão da Warner Bros). O ator, porém, reluta em se entregar ao sistema, comportando-se de maneira insolente. No fundo, a troca entre Stock e Dean é muito mais profunda, é de lições de vida mesmo: Stock aprende o valor do afeto e da família (nessa época, ele já era casado e pai de um filho, com quem tinha pouco contato), e Dean percebe que existem pessoas com problemas reais.

Corbijn é um fotógrafo experiente, que trabalhou com alguns dos grandes nomes da música e teve uma colaboração mais profunda com bandas como o U2. Como cineasta, tem um trabalho sólido em “Control”, sobre Ian Curtis, o vocalista da Joy Division, “Um Homem Misterioso”, com George Clooney, e “O Homem Mais Procurado”, com Philip Seymour Hoffman. Como era de se esperar de um fotógrafo, filma elegantemente, com quadros meticulosamente compostos. Mas também opera na sutileza, dando dimensão ao roteiro de Luke Davies, que discute principalmente a fama. Robert Pattinson prova que leva a sério a carreira de ator, com um papel nem sempre simpático. E Dane DeHaan, que não se parece com James Dean, faz uma (boa) interpretação do astro.

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