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Julio Iglesias, o Justin Bieber da vovó, dá primeiro adeus ao Brasil

Com sucessos nacionais no setlist, cantor espanhol derrete o coração das fãs em São Paulo e beija dançarina e cantora no palco em sua última turnê

Por Rafael Costa
20 set 2014, 09h39

“Eu falei para a minha filha que ele é tipo o Justin Bieber para o vovô e para a vovó”, diz Sabrina, que, ao lado da pequena Julia, acompanhava os pais, Francisco e Luiza, ao Citibank Hall, em São Paulo, onde uma hora mais tarde o cantor espanhol Julio Iglesias subiria ao palco para a primeira das três últimas apresentações de sua derradeira turnê brasileira. A definição não poderia ser melhor, guardadas as devidas proporções. Assim como nas apresentações de Bieber, a plateia, em sua grande maioria feminina, se derrete pela grande estrela da noite. Paixão e idolatria que se sintetizavam, durante o espetáculo, nos gritos de “eu te amo”, “lindo” e “queria ser essa garrafa de água”, em um dos momentos em que Iglesias fez uma pausa para se hidratar.

Cerca de 1h30 antes do início do espetáculo, o movimento ainda era fraco e o público chegava discretamente à casa de shows. A expectativa dos fãs era a melhor possível, principalmente pelo fato de ser a primeira vez de boa parte deles. A faixa etária da maioria parecia ultrapassar os 60 anos, mas havia exceções, como Fábio, 42, que afirma ter adquirido o gosto por Iglesias como herança da mãe. Já Eduardo, 26, prefere rock nacional, mas decidiu acompanhar a mãe, Lucia, 52, como um presente. “Ele é o meu ídolo de infância e eu fui presenteada com o ingresso pelo meu filho”, conta Lucia.

Alguns fatores ajudam a explicar a fascinação das fãs pelo espanhol: a simpatia do cantor, que em muitos momentos interage com a plateia, sempre bem-humorado, seu jeito de galã, algumas vezes até atrevido, e o ritmo romântico das músicas. E a espanhola Cadi, 65, lista outros motivos para amar o cantor. “O Julio Iglesias tem uma energia romântica, sexual, humana. Quando ele está cantando, nos faz sentir dentro de nós mesmas. E me faz sentir na minha terra”, afirma a senhora, que diz ter um apartamento próximo à vila onde o músico mora, em Málaga, ao sul da Espanha. Mas que nunca teve um contato mais próximo com ele – para a sua tristeza.

Galã atrevido — Durante a música Amor Amor, Iglesias chamou uma de suas vocalistas de apoio, que é brasileira, para ficar ao seu lado enquanto cantava. Assim que terminou, ele fez uma carícia no braço da moça e em seguida se benzeu, provocando riso na plateia. “Mas que sorte a minha”, ainda soltou. Em muitos momentos, o espanhol prestava mais atenção – com razão – nas três belas cantoras de apoio do que em qualquer outra coisa. Mais para a metade da apresentação, o tango La Carretera foi acompanhado por um casal de dançarinos, que chegavam a deixar o cantor em segundo plano. Ao final da canção, ele chamou os dois e pediu permissão ao rapaz para dar um beijo em sua esposa. Não havia como negar. “Se ela quiser…”, disse o dançarino. Julio então tascou um beijo de cinema na mulher, para delírio – e inveja – da plateia. Ao perceber a reação, brincou: “Eu tenho 70 anos, já não faço mais nada. Vocês acham que eu sou o super-homem, mas é uma m…”, disse, acompanhado por gargalhadas do público.

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O astro beijoqueiro ainda fez outra vítima na parte final da apresentação. Julio Iglesias fez um dueto com outra das suas vocalistas na música All of You. Ao final da canção, ele não perdeu tempo e colou seus lábios contra os da cantora. O jeito atrevido era correspondido pela plateia. Em determinado momento, o músico se sentou em um banquinho no palco e começou a falar: “Hoje de manhã, estava no meu hotel…” e logo foi interrompido por um grito: “Qual hotel?”. Tanto ele como o público não se contiveram e caíram na risada. Quando comparado com Roberto Carlos pela reportagem de VEJA, devido ao estilo musical semelhante, Clotilde, 62, caprichou na ousadia. “Para mim é assim, o Roberto seria o meu marido e o Julio, o meu amante (risos).”

Amor ao Brasil – Em sua última passagem pelo Brasil, o espanhol preparou um setlist especial em homenagem ao país pelo qual diz ter muito carinho. “No Brasil, o amor não tem idade. É isso que faz de vocês maravilhosos”, disse durante a apresentação, que esteve repleta de sucessos nacionais, entre eles Aquarela do Brasil, de Gal Costa, Dois Amigos, música que compôs para Zezé Di Camargo e Luciano, e até Mal Acostumado, do grupo Araketu. Durante o show, Julio lembrou de sua amiga Hebe Camargo e dedicou a ela a música Ne Me Quitte Pas. “Ela sempre insistiu para eu cantar essa música.”

O público, que se manteve comportado e educado tanto antes como durante a apresentação, não se conteve quando percebeu que a noite estava perto do fim. Boa parte se levantou das cadeiras para chegar mais perto do palco e tirar foto do ídolo. “Ai, eu não posso perder essa chance”, disse uma senhora, que quase saltitante passou pelo corredor tentando encontrar o melhor espaço para registrar o momento. Apesar do espanhol ter declarado que essa seria a sua última turnê, boa parte dos fãs diz não acreditar. “Ele sempre fala que vai parar, mas acaba voltando”, diz Edna, 64. “O pai dele faleceu com mais de 90 anos, então ele vai longe (risos)“, brinca a conterrânea Cadi. Lucia também concorda, mas diz que espera ganhar na loteria para poder acompanhar um show de Julio na Espanha antes que ele pendure o microfone.

Por enquanto, essa é a ultima passagem de Julio Iglesias pelo Brasil na carreira. O galã espanhol ainda jogará seu charme na capital paulista neste sábado e no dia 26 de setembro, no Rio de Janeiro.

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