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‘Jogos Vorazes’ chega ao fim com ares de clássico

Franquia protagonizada por Jennifer Lawrence se encerra como sucesso de público e crítica

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 nov 2015, 09h20

É larga a vantagem de qualidade de Jogos Vorazes para as demais séries jovens desta geração, tanto na literatura quanto no cinema. Inteligente e bem escrita pela autora Suzanne Collins, e instigante e bem assimilada pela equipe da sétima arte, a franquia deixou marcas que a farão ser lembrada por muitos anos e ainda mudou uma fatídica visão de mercado – rezava a lenda que mulheres não seriam heroínas atrativas para o público. Com 2,3 bilhões de dólares em bilheteria até o momento, a saga fez de Katniss (Jennifer Lawrence) a mulher mais rentável da história do cinema, superando a anterior, Sarah Connor, de O Exterminador do Futuro.

Nesta quarta-feira, a jornada da heroína chega ao fim com Jogos Vorazes: A Esperança – O Final, quarto longa da série e segunda adaptação do livro A Esperança. Apesar do título e dos cartazes poderosos da protagonista, é baixa a perspectiva de uma boa vida para os personagens no fim, provavelmente a parte mais realista de toda a trama de ficção científica. Nada mais apropriado para encerrar o clima funesto lançado já no primeiro filme, de 2012, em que Katniss, aos prantos, se voluntaria para substituir a irmã Prim no Jogos Vorazes, reality show de que apenas o vencedor sai vivo, bizarro meio de dominação usado pelo governo da Capital.

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O novo filme começa com um corte cru, exatamente após o fim da última cena vista no longa anterior, Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1, em que Peeta (Josh Hutcherson), resgatado da Capital, se joga no pescoço da ex-colega de arena para matá-la. Peeta, que passou por torturas e uma espécie de lavagem cerebral, não sabe mais quem ele é, nem o que é realidade e ficção. Uma metáfora adequada para toda a saga, que se divide entre propaganda política e de guerra e o campo de batalha em si.

Após levantes na maior parte de Panem, os rebeldes liderados por Alma Coin (Julianne Moore) tomam o Distrito 2, local responsável pela segurança do país e treinamento dos soldados chamados de Pacificadores – uma espécie de stormtroopers modernos. A partir daí, eles conquistam novos adeptos e invadem a Capital. Katniss é deixada para trás, segura no QG do grupo, já que Coin passa a se sentir ameaçada pelo peso do simbolismo que a garota carrega. A jovem, uma antiga adepta da insubordinação, se esconde em um avião de carga e vai encontrar os demais soldados, com a missão particular de matar o presidente Snow (Donald Sutherland).

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A produção então ganha contornos do gênero de guerra, com armadilhas traçadas de um inimigo para outro, mortes, perseguições e até um momento dramático, que lembra a atual crise de refugiados, com um portão que mantém civis separados entre o abrigo e a batalha.

O quadro fica completo com a atuação do já elogiado elenco. Jennifer continua a se superar; Woody Harrelson (Haymitch Abernathy) e Sutherland são sensacionais em todos os filmes da franquia; e a dupla Philip Seymour Hoffman (Plutarch Heavensbee) e Julianne Moore chega como a cereja do bolo para encerrar a série. Hoffman, morto em 2014, surge pela última vez no cinema. Uma de suas cenas mais importantes, ao final do filme, foi encenada por Harrelson, em tom de homenagem.

O diretor Francis Lawrence, que conduziu a franquia a partir do segundo longa, Jogos Vorazes: Em Chamas, entrega no episódio final um belo apanhado do todo. Os elementos vistos nos demais filmes estão ali, mas com um novo peso. O sistema político vigente evidencia sua fraqueza, mocinhos e bandidos se confundem e a manipulação midiática é feita de forma suja por ambos os lados. E enquanto inocentes morrem de forma brutal, seus líderes se mantêm em segurança, assistindo a distância. É de se espantar que a natureza hedionda da guerra seja apresentada de tal forma em um filme inicialmente feito para adolescentes. Claro, falta muito sangue e violência explicita para o longa ser considerado um representante adulto do gênero. Em compensação, sobram alusões e tensão. A saga tem tudo que precisa para sobreviver ao teste do tempo. E quem sabe, em um futuro não muito distante, ganhe o status de clássico.

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