IMPERDÍVEL – Rapper Kate Tempest lança seu primeiro romance

‘Os Tijolos nas Paredes das Casas’ chega às livrarias nesta sexta-feira, 24 de junho

Por Da Redação
24 jun 2016, 21h57

Capa do livro 'Os Tijolos nas Paredes das Casas', de Kate Tempest (VEJA.com/Divulgação/Divulgação)

(Tradução de Daniela P. B. Dias, Casa da Palavra, 336 páginas, 44,90 reais) Em sua estreia no gênero romance, a poeta, rapper e dramaturga inglesa Kate Tempest, uma das atrações da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), trata da juventude, de fugas e da vida contemporânea nas grandes cidades. Os Tijolos nas Paredes das Casas é protagonizado por três jovens que decidem deixar sua cidade natal, Londres, cansados do tédio e na tentativa de escapar de namorados ciumentos, traficantes vingativos e empregos que garantem a sobrevivência, mas não a alegria do dia a dia.

Becky, Harry e Leon partem com uma mala cheia de dinheiro e começam a viver dias incertos. A exemplo da atual juventude das grandes cidades, o trio parece perdido em uma malha de contradições, em que se misturam e se interpõem a (auto)confiança exacerbada, o medo do futuro, a solidão, o desejo, a ambição e a incerteza sobre a própria existência. “As pessoas voltaram a matar em nome de deuses. O dinheiro está acabando com a gente. Eles vivem numa solidão tão completa que se transformou no tecido das suas amizades. Os dias passados olhando a vida. Eles vivem no meio da massa e se sentem parte do cenário geral. Confiam somente nas tendências. O máximo que podem sonhar é com uma noite de acabação, encher a cara de álcool e de drogas que mostram a que vieram na manhã seguinte”, diz Kate no prólogo.

Sua escrita, influenciada por sua carreira como poeta e rapper, é cheia de metáforas e cadenciada, quase com ritmo musical, como no trecho: “Para eles, já deu. O pão e a bebida e o concreto. A beleza da coisa toda. Todos os ínfimos momentos gloriosos. Pastores, país, operários. Românticos de olhos vidrados andando para lugar nenhum. Sinais de trânsito e carros engarrafados e corpos para enterrar e bebês para fazer. Um emprego. Só um emprego.”

Kate Tempest vai participar da Flip no sábado, dia 2 de julho, na mesa “O Palco É a Página”, ao lado do poeta Ramon Nunes Mello. No domingo, ela volta à Tenda dos Autores para a última mesa do evento, que encerra a festa, “Livro de Cabeceira”, com Arthur Japin, Helen Macdonald, Heloisa Buarque de Hollanda, J. P. Cuenca, Karl Ove Knausgård, Laura Liuzzi e Marcílio França Castro.