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IMPERDÍVEL – ‘Marguerite’: a fantástica história da cantora que massacrava notas

Inspirado na história real da socialite americana Florence Foster Jenkins, longa está estreando agora no Brasil

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 jun 2016, 21h56

​Como pode ela não perceber que canta tão mal? A pergunta, que deve passar pela cabeça de todo espectador, é o mistério que define Marguerite, longa do francês Xavier Giannoli que estreia agora no Brasil. O filme sobre uma mulher que tem dinheiro, mas não título nobiliárquico, e se casa com um homem falido para obtê-lo, e que tem pretensões artísticas, mas nenhum talento, e patrocina uma irmandade de músicos para se apresentar entre eles, tem um quê de surreal. Sempre incentivada pelo fiel mordomo Madelbos (o ótimo Denis Mpunga), que a fotografa em trajes de ópera sonhando um dia, quem sabe, ver as suas fotos se tornarem famosas, a rica e ociosa Marguerite Dumont (Catherine Frot, merecidamente premiada com o César, o Oscar francês) investe seu tempo livre na música. Que, ela acredita, é a sua praia. Surda para a afinação e protegida da verdade por todos, já que ninguém tem coragem de dizer a ela como soa, Marguerite submete plateias a verdadeiros shows de horrores. Que crescem em duração e relevância ao longo do filme — na parte final, Marguerite se apresenta na Ópera Nacional de Paris. A tragicomédia tem mesmo um quê de absurdo. Os personagens que se negam a dizer a verdade à cantora, não se deixando trair nem mesmo com uma risada enquanto ela canta, são tão incríveis quanto os amigos ricos de O Anjo Exterminador, de Buñuel, que não conseguem deixar a casa onde se reuniram para um jantar. Mas a história é baseada em uma figura verdadeira: a socialite americana Florence Foster Jenkins, que abalou o mundo com seus trinados nos anos 1940 e nas próximas semanas chega aos cinemas na pele de Meryl Streep. O pecado do filme, este ambientado nos anos 1920, é justamente procurar dar uma explicação para a insana busca de Marguerite, tentar racionalizar uma personagem que é grande justamente por ser tão surpreendente. Sorte que Catherine Frot, com a sua construção irreparável de uma mulher que é ao mesmo tempo doce, maluca, infantil e um pouco estúpida, compensa a falha.


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