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Fórmula velha, mas reciclada, ainda faz novela boa

Como a mistura de dramalhão clássico e elementos contemporâneos operada por Walcyr Carrasco salvou a audiência de ‘Morde & Assopra’

Por Mariana Zylberkan
31 jul 2011, 10h05

A base é o bom dramalhão, com doses generosas de conflitos familiares. A fórmula remete aos fundamentos do folhetim, mas é atualizada por temas contemporâneos, como a robótica, a cibernética e a luta contra a balança dos spas. Acrescente a isso um personagem caricato, de preferência um gay com trejeitos afetados, um tema literário bem trabalhado na TV, e tem-se a receita usada para salvar a audiência da novela Morde & Assopra, de Walcyr Carrasco (confira lista abaixo). A trama patinou nos seus primeiros meses, alcançando com dificuldade os 30 pontos de média, mas nas últimas semanas vem chegando a 35 no Ibope da Grande São Paulo.

A exigência para novelas exibidas no horário das sete é se manter por volta dos 30. Antes da última segunda, quando obteve 35 pontos, a trama já tinha alcançado por duas vezes o resultado. A primeira, no fim de maio, coincidiu com a exibição da cena em que Dulce (Cássia Kis Magro) descobre a farsa arquitetada pelo próprio filho, Guilherme (Klébber Toledo). Em vez de estudar Medicina, como jurava fazer, o garoto farreava com o dinheiro suado que a mãe, uma pobretona de dentes detonados, enviava mensalmente. “O público se identifica, gosta de ver drama, comédia e romance misturados em uma novela”, diz Carrasco, que reconhece que a combinação de elementos folhetinescos tradicionais, como o bom e velho dramalhão apoiado em conflitos familiares, ainda dá um bom caldo.

Teóricos do assunto concordam com o autor. “O melodrama é eterno, afinal, está na raiz da formação do homem moderno e, em particular, do latino-americano”, frisa Mauro Alencar, doutor em teledramaturgia pela USP e membro da Academia de Artes e Ciências da Televisão de Nova York.

Tanto drama pede um respiro recheado de cenas cômicas. A entrada de Áureo (André Gonçalves), o personagem caricato, gay afetado, é um dos grandes destaques da novela. A habilidade de Carrasco para transitar entre os temas e os humores, imprimindo um ritmo ágil ao folhetim, também explicam o progresso de Morde & Assopra.

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Outro trunfo do autor foi ter inserido elementos contemporâneos à trama. A mulher-robô Naomi (Flávia Alessandra), apesar de ter sido alvo de críticas no início da novela, por conta da qualidade de interpretação da atriz, agora rende muitos comentários dos telespectadores. Isso aconteceu depois que Carrasco a transformou numa vilã movida a pilha, que tem bagunçado o então insosso núcleo de Ícaro (Mateus Solano).

É preciso dizer também que a boa fase de Morde & Assopra pode, em grande parte, ser atribuída ao bom desempenho de Cordel Encantado. O fato da novela das seis entregar o horário com uma audiência média de cerca de 30 pontos ajuda bastante.

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