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Fassbender encontra em Macbeth algo além da ambição

Por Da Redação
24 Maio 2015, 12h23

Não se pode chamar o australiano Justin Kurzel de covarde. Em seu segundo longa-metragem, ele topou fazer uma versão de Macbeth, uma das peças mais complexas e adoradas de William Shakespeare, adaptada para o cinema por Orson Welles, Akira Kurosawa e Roman Polanski. O filme, o último da competição do 68º Festival de Cannes, foi exibido em sessão de imprensa na manhã deste sábado (23).

Para quem não conhece a história: Macbeth (Michael Fassbender) é um general que mantém seguro o território liderado pelo rei Duncan (David Thewlis). Sua mulher, Lady Macbeth (Marion Cotillard), envenena o marido para que ele assassine Duncan e, assim, fique com a coroa. A partir daí, Macbeth entra numa espiral de loucura e violência na busca pela manutenção do poder.

Kurzel aproveita bem a vantagem do cinema sobre o teatro ao explorar as paisagens dramáticas da Escócia e ao apostar nos diálogos ditos em tom de confissão em vez de declamados. Ele também pode encenar a guerra, e é assim que inicia o filme, alternando imagens realistas que dão bem a ideia do que é uma batalha homem a homem com outras que lembram um pouco demais filmes como 300, de Zack Snyder. O tom volta a ficar mais naturalista depois, apesar de algumas cenas caírem em marcações um pouco teatrais demais.

Em vez de focar na ambição, como costuma ser, esta versão de Macbeth propõe outras razões para as atitudes dos personagens. Macbeth, como os soldados modernos, evidentemente tem em si as marcas da guerra. “Fiz Macbeth duas vezes antes, adolescente e na escola de artes dramáticas”, disse Fassbender na coletiva de imprensa após a exibição. “Nunca tinha me ocorrido que ele sofria de estresse pós-traumático. A batalha é com suas próprias mãos, o que significa furar a pele, atravessar o músculo, órgãos.” O casal também está passando por um luto, depois de perder um filho, algo que fica ambíguo no texto original. “Para mim, é também uma história de perda: da relação de um casal, do filho, de sua sanidade”, afirmou Fassbender. Ele também elogiou sua companheira de elenco. “Estamos acostumados a ver Lady Macbeth como uma manipuladora. Mas Marion trouxe essa coisa meio solitária para a personagem. E, provavelmente, a cada batalha que Macbeth ia lutar, ela ficava de seis a 12 meses sozinha”, disse o ator. Apesar de terem estilos de atuação muito diferentes, que acabam se chocando um pouco na tela, Michael Fassbender e Marion Cotillard são os pontos altos do filme.

É improvável que seja capaz de entrar com força na disputa pela Palma de Ouro. Mas nunca se sabe. O 68º Festival de Cannes teve muitos bons filmes, mas não há unanimidade, o que deve se refletir também na decisão do júri presidido pelos cineastas americanos Joel e Ethan Coen e composto pela atriz espanhola Rossy de Palma, a atriz francesa Sophie Marceau, a atriz americana criada na Inglaterra Sienna Miller, a compositora e cantora malinesa Rokia Traoré, o cineasta mexicano Guillermo del Toro, o cineasta canadense Xavier Dolan e o ator americano Jake Gyllenhaal. A cerimônia de premiação acontece neste domingo (24).

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