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E Christopher Nolan salvou Batman

Em 'Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge', que estreia no Brasil na próxima sexta, 27, o diretor de 'A Origem' acerta ao mostrar mais a vida de Bruce Wayne sem a máscara e ao dar destaque a personagens secundários

Por Carol Nogueira
21 jul 2012, 12h40

Se a tentativa de levar Batman ao cinema quase naufragou com os kitsch – para não dizer vergonhosos – Batman Eternamente (1995) e Batman & Robin (1997), de Joel Schumacher e dos mamilos em alto-relevo do homem-morcego, o super-herói foi salvo por Christopher Nolan. O diretor de A Origem (2010) conseguiu elevar tanto o padrão das adaptações com a sua trilogia que será difícil para o próximo nome que assumir a saga fazer algo à altura. Nolan já havia mostrado sua ideia realista do mocinho em Batman Begins (2005) e O Cavaleiro das Trevas (2008), e ainda que o novo filme fique aquém do anterior, Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, que estreia no Brasil na próxima sexta-feira, dia 27, comprova que adapta��ões de quadrinhos não precisam seguir à risca os clichês dos gibis para dar certo.

Primeiro, porque Nolan insere Batman em um contexto extremamente atual e plausível, dando mais ênfase ao bilionário Bruce Wayne (Christian Bale), o herói à paisana, sem a máscara. Oito anos se passaram desde que Batman assumiu a culpa pela morte de Harvey Dent (Aaron Eckhart), para proteger os ideais do promotor, e Wayne agora vive recluso em sua mansão, ao estilo do excêntrico Howard Hughes. Ninguém o vê há anos. Alguns especulam até que seu rosto esteja desfigurado por cicatrizes e que ele tenha adquirido hábitos bizarros, como manter as unhas extremamente longas e fazer “xixi em potes”. Mas Wayne na verdade se isola na dor de ter perdido a amada Rachel Dawes – vivida por Katie Holmes e Maggie Gyllenhaal nos filmes anteriores. (Continue lendo o texto).

Bat-infográfico – Os origens, os carros, os uniformes e muito mais

A fagulha para voltar a lutar contra o mal se acende quando, durante uma festa na mansão Wayne, a ladra Selina Kyle (Anne Hathaway) invade o quarto do bilionário para roubar um colar de pérolas que pertenceu à matriarca da família. Em seguida, Bruce se vê obrigado a ressuscitar Batman para conter um terrorista à solta. É o vilão Bane (Tom Hardy), um brutamontes que fazia parte da Liga dos Assassinos, a mesma que treinou o bilionário sob a liderança de Ra’s Al Ghul (Liam Neeson), e aposta no discurso de livrar Gotham City dos corruptos e “devolvê-la ao povo”.

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A temática da luta de classes, segundo Nolan, veio de Um Conto de Duas Cidades, de Charles Dickens, mas poderia muito bem ter inspiração em qualquer revolta popular. A guerra contra o terror pós-11 de Setembro, que teve destaque na trilogia de Nolan, aqui ganha referência quase explícita, já que Bane passou anos em uma prisão da qual ninguém consegue escapar. Prisão que, não por acaso, parece situada em algum lugar do Oriente Médio, como o Afeganistão.

Bane não chega nem perto de ser um vilão marcante como o Coringa de Heath Ledger de O Cavaleiro das Trevas (2008). Mas Nolan acertou ao dar destaque às histórias dos personagens secundários, e à do vilão. Entre os coadjuvantes, sobressai o policial John Blake, vivido por Joseph Gordon-Levitt (500 Dias com Ela), que, para não estragar a surpresa de que verá o filme, deve-se dizer aqui, apenas, que vive uma reviravolta surpreendente na trama.

O diretor também acertou a mão ao dar espaço às misteriosas Selina Kyle (a Mulher-Gato, que acertadamente não é chamada assim durante o filme) e Miranda Tate (Marion Cotillard), uma executiva que incentiva a filantropia praticada por Wayne.

Ao contrário da maioria dos filmes de herói, como os recentes O Espetacular Homem-Aranha e Os Vingadores, O Cavaleiro das Trevas Ressurge dá mais ênfase à história que às cenas de ação (que são poucas no filme). Mas, diferentemente do que se pode imaginar pela sua longa duração (2h45), o longa não é entediante em nenhum ponto. Longe disso. Nolan constrói uma narrativa tensa e cheia de surpresas, que mantém o espectador ligado, quase sem piscar. A trilogia culmina num desfecho épico — até demais. Mas impecável.

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