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‘Dormir mal é praticamente uma regra’, diz Bruno Gagliasso sobre ‘Dupla Identidade’

Ator fala das dificuldades de interpretar os dois personagens perturbados que estreia agora, ao mesmo tempo: o serial killer Edu, da série de Glória Perez que vai ao ar a partir desta sexta-feira na Globo, e o psiquiatra Lauro do longa ‘Isolados’, em cartaz a partir deste fim de semana

Por Rafael Costa
19 set 2014, 08h51

Quem acompanha a carreira de Bruno Gagliasso sabe que ele é capaz de encarar diferentes papéis: de Berilo, o galã divertido e mulherengo da novela Passione (2010), ao esquizofrênico Tarso, de Caminho das Índias (2009). O que poucos conheciam, pelo menos até agora, era o lado sombrio e macabro do ator de 32 anos que estreia agora, ao mesmo tempo, na pele de dois personagens perturbados. No cinema, ele é o psiquiatra Lauro, do suspense Isolados, em cartaz a partir deste fim de semana. E na TV, a partir desta sexta-feira, ele é o assassino em série Edu, da série Dupla Identidade. Desafios para o ator, eles são também um desafio enorme para o sono de Gagliasso.

“Dormir mal e ter pesadelo, no caso desses personagens com histórias tão tensas e pesadas, é praticamente uma regra, é parte do meu processo”, diz o ator, que afirma contar com o apoio da mulher em casa, durante as filmagens. “Ela tem paciência comigo quando estou nesse nível de envolvimento com meu trabalho.” A gravação de Dupla Identidade, série assinada por Glória Perez, uma fã de tramas com psicopatas, vai até novembro.

“A série é rock n’ roll. É entretenimento. É representante genuína das grandes histórias policiais, oferece todos os recursos de narrativa e tecnologia que nossas séries americanas preferidas utilizam”, diz o ator. Segundo ele, Edu é um dos personagens mais “fortes e complexos” que já interpretou. Após liquidar suas vítimas cruelmente, ele faz o possível para escapar das investigações comandadas por Vera (Luana Piovani) e Dias (Marcello Novaes).

Para além do teor pesado das duas produções, o ator vê algumas diferenças entre o psicopata do seriado e o psiquiatra de Isolados. “Dupla Identidade é um thriller policial, Isolados é um thriller de suspense psicológico”, diz. Distinções à parte, tanto Dupla Identidade como Isolados apresentam uma temática relativamente nova e pouco explorada pelo circuito comercial da televisão e do cinema brasileiro.

Por isso, Gagliasso se diz curioso quanto à reação dos espectadores. O seriado, pelo menos, ele acha que será recebido com bons olhos. “Como as vítimas, o público também é seduzido pelo assassino, e tem esperança de buscar ali um fio de humanidade que seja, uma humanidade que não existe”, diz. Confira abaixo a entrevista de Bruno Gagliasso:

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Por que o cinema brasileiro investe tão pouco em filmes de terror e suspense? Porque fazer o novo é sempre mais arriscado, e o cinema brasileiro por muito tempo não tinha capacidade de arriscar. Hoje, com um público cada vez mais fiel ao nosso cinema, podemos arriscar um novo gênero.

Qual é a dificuldade para um ator em fazer um filme de suspense? Acho que as dificuldades não têm a ver com o gênero em si. São os desafios que os personagens me oferecem, e que são a base do meu ofício de ator. Não há relação com o gênero suspense. Contudo, fazer suspense no Brasil traz uma responsabilidade a mais. Na hora do desespero, o público está acostumado a ouvir “help” e não “socorro”, por isso tivemos que ficar duas vezes mais dedicados a trazer o espectador para dentro da história, para que tudo fizesse sentido.

Você se inspirou em algum ator ou personagem conhecido para o papel? Nos inspiramos no universo de Stanley Kubrick, mas não em nenhum ator ou personagem especifico.

Você vai estrear no dia 19 de setembro com a série Dupla Identidade, na Globo. O que você pode adiantar sobre a série? A série é rock n’roll. É entretenimento. É representante genuína das grandes histórias policiais, oferece todos os recursos de narrativa e tecnologia que nossas séries americanas preferidas utilizam. Tem uma qualidade de produção acima da média. Da minha parte, Edu é dos personagens mais fortes e complexos que já interpretei.

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Você consegue traçar alguma semelhança entre os dois trabalhos, Dupla Identidade e Isolados? Tanto em relação à trama, quanto aos seus personagens? Não há muita semelhança. Edu é um psicopata, Lauro é um psiquiatra, Dupla Identidade é um thriller policial, Isolados é um thriller de suspense psicológico. A estreia dos dois trabalhos na mesma semana acaba por fazer com que se busque semelhança entre os dois personagens, mas eles são completamente diferentes.

A preparação para um trabalho contribuiu para o outro? Apesar de a estreia estar sendo na mesma semana, o Isolados foi filmado há dois anos e, como disse, não há semelhança entre os personagens, então não houve uma contribuição direta entre os dois trabalhos.

Ter se envolvido em temas tão “pesados” como o filme e a série afetaram a sua vida de alguma maneira? Você dormiu mal, brigou com a mulher, rezou? Eu sempre me dedico muito aos meus personagens, me envolvo com suas histórias, dormir mal e ter pesadelo, no caso desses personagens com histórias tão tensas e pesadas, é praticamente uma regra, é parte do meu processo que é bem intenso mesmo. Mas reza não precisou, e minha mulher felizmente já me conhece bem e tem paciência comigo quando estou nesse nível de envolvimento com meu trabalho.

Você não tem medo de como o público vai reagir a seu papel na série? Tenho curiosidade. Os serial killers famosos provocam medo, mas também fascinação. Como as vítimas, o público também é seduzido pelo assassino, e tem esperança de buscar ali um fio de humanidade que seja, uma humanidade que não existe.

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