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Do cinema para a TV: a estreia de João Miguel no cangaço de ‘Cordel Encantado’

Por Beatriz Souza
27 Maio 2011, 09h55

Consagrado ator de cinema e teatro, João Miguel faz sua estreia na televisão como o cangaceiro efeminado Belarmino, em Cordel Encantado, a novela das seis que vem rendendo bons índices de audiência à Globo. Com mais de 20 filmes no currículo, entre eles o premiado Cinema, Aspirinas e Urubus, Miguel diz que é possível viver de cinema no Brasil, mas admite como a maioria dos atores que a televisão proporciona mais visibilidade e também maior retorno financeiro. Em entrevista ao site de VEJA, ele fala de suas perspectivas para a carreira:

Por que fazer novelas só agora? Já tinha recebido outros convites para novelas, mas não conseguia conciliar agenda. Fiz algumas minisséries, participações em programas, mas só agora o universo conspirou a favor desse trabalho. Adiei alguns projetos de cinema e estou experimentando esta linguagem em Cordel Encantado. É muito bacana.

O retorno financeiro na TV é maior? Não foi por dinheiro que resolvi fazer a novela, mas sim para experimentar isso que nunca tinha vivido. Sem dúvida, a televisão é o único espaço de indústria para o ator – o cinema está a caminho disso – e é onde circulam recursos. É um veículo de comunicação muito forte, popular. E eu acho interessantíssimo exercitar a construção de um personagem em uma obra aberta que entra na casa das pessoas, nos bares, nos lugares públicos, no país inteiro.

O cangaceiro afeminado Belarmino de 'Cordel Encantado'
O cangaceiro afeminado Belarmino de ‘Cordel Encantado’ (VEJA)
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É possível viver só de cinema no Brasil? Vivo só de cinema há oito anos.

Como sua carreira de ator começou? Faço teatro desde os 9 anos. Acredito no teatro como base do trabalho do ator, espaço das perguntas e do desenvolvimento, da experimentação até as últimas consequências. Sem isso, não faria a ponte que fiz com o cinema. E hoje sinto que também pertenço a esta arte.

Como chegou ao cinema? Marcelo Gomes viu o Bispo, que é um espetáculo divisor de águas na minha carreira, inspirado em Artur Bispo do Rosário, um dos maiores artistas plásticos brasileiros. Então ele me chamou para fazer o Cinema, Aspirinas e Urubus. Depois dali, fiz mais 20 filmes.

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Como você vê Belarmino, seu personagem em Cordel Encantado? Belarmino é uma figuraça. É o cangaceiro braço direito do capitão Herculano (Domingos Montagner), super vaidoso, tão vaidoso que às vezes tem trejeitos efeminados, mas isso não quer dizer que ele seja gay, ele gosta de mulher. Bel usa muitos disfarces para espionar o que acontece nos outros núcleos e passar informações para seu capitão. Para fazê-lo, voltei a ler o livro Cangaceiros, de Luís Bernardo Pericás. Observei algumas pessoas nas ruas e vi alguns filmes, mas acho que no caso de uma obra aberta, como a novela, o ator vai construindo o personagem com o tempo. Experimentar isso foi um dos motivos que me levou a aceitar esse trabalho.

Como você encara a proposta de Duca Rachid e Thelma Guedes para Cordel Encantado? Acho maravilhoso o retorno do realismo fantástico com fábula na teledramaturgia brasileira. Tem-se uma variedade de personagens interessantíssimos e um elenco muito raro de se reunir no mesmo trabalho. Vejo a novela como um conjunto: das autoras à direção, fotografia, figurino, maquiagem e elenco. Acredito que é uma novela onde este conjunto está em sintonia e por isso agrada de crianças a senhores e senhoras. A fábula cria este interesse.

Pretende continuar na televisão ou já pensa em voltar ao cinema? Pretendo continuar o diálogo saudável com a televisão, sim, e também continuar fazendo cinema. Já tenho projetos encaminhados para depois da novela. Faço Éden, do diretor Bruno Safadi, com Leandra Leal; o Meu Tempo é Agora (nome provisório), com direção de Johny Araújo, baseado na história do Planet Hemp; e depois, O Caleidoscópio, com a direção de Kiko Goifman, em que divido a cena com Jean Claude Bernardet. Além disso, estou escrevendo um roteiro que pretendo dirigir lá na frente. Tenho também um projeto de um novo solo no teatro, dirigido pela Tadashi Endo (mestre japonêsa de Butô – técnica teatral japonesa que mistura teatro e dança), que deve se realizar no ano que vem, e quero voltar com a peça , direção de Alvisi Camozzi.

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