Com qualidade de CD, Queens of the Stone Age agita SP

Banda californiana lotou o Espaço das Américas e apresentou pela primeira vez os sucessos do álbum '...Like Clockwork', além dos grandes hits da carreira

Por Rafael Costa, de São Paulo
26 set 2014, 03h47

**1/9** Apresentação do Queens of the Stone Age, em São Paulo *(Rodrigo Antonio/VEJA)*

Em março de 2013, o Queens of the Stone Age chegava ao Brasil pela terceira vez para dar início à atual turnê no palco do Lollapalooza. Um ano e meio depois, o grupo californiano voltou à capital paulista para se apresentar pela primeira vez no país fora de um festival – suas passagens anteriores foram pelo Rock In Rio, em 2001, e o SWU, em 2010. O público, no entanto, foi digno de um evento grandioso. Os fãs da banda liderada pelo guitarrista e vocalista Josh Homme lotaram o Espaço das Américas nesta quinta-feira para vibrar e bater cabeça com seu som pesado característico, executado por uma qualidade vocal e instrumental impecável.

Vídeo: ‘Like Clockwork’, o novo álbum do Queens of the Stone Age

Diferente da última passagem pelo Brasil, o Queens of the Stone Age recheou o setlist com músicas de seu álbum mais recente, …Like Clockwork, lançado três meses após a apresentação no Lollapalooza. O disco foi o mais bem sucedido da carreira da banda, que chegou pela primeira vez ao primeiro lugar da Billboard 200, lista dos CDs mais vendidos na semana nos Estados Unidos. O reflexo do sucesso ficou claro na boa recepção do público, que cantou junto os hits My God is The Sun, I Sat By the Ocean, Smooth Sailing, entre outros.

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Mas, obviamente, os grandes sucessos da carreira também tiveram espaço no repertório eletrizante de pouco mais de uma hora e trinta minutos, que praticamente emendava uma canção na outra sem deixar o público respirar. Logo de cara, o quinteto “estourou” as caixas de som com You Think I Ain’t Worth a Dollar, but I Feel Like a Millionaire e No One Knows, ambas do álbum Songs for the Deaf (2002). Ao longo da noite, os hits Sick, Sick, Sick, Feel Good Hit of the Summer, Little Sister, Go With the Flow e A Song for the Dead – que encerrou a apresentação – promoveram um karaokê com a plateia, que dividia o tempo entre cantar, pular e se perder nas rodas de bate-cabeça. Os poucos momentos de relaxamento foram marcados pelas músicas mais calmas, como as baladas ...Like Clockwork, The Vampyre of Time and Memory e Make Wit Chu.

Josh Homme manteve sua postura de bad boy como sempre, com sua feição séria e sem muita conversa com os fãs. Os poucos momentos de interação se limitavam a agradecer e elogiar o público. Mas nada que afetasse a apresentação, que foi compensada com a boa presença de palco e competência instrumental dos integrantes, além do vocal de Homme, que caprichou nos agudos quando necessário, dando a impressão de que as músicas originais estavam sendo executadas. O único ponto negativo não foi culpa da banda, e sim da casa de shows, que manteve os telões desligados do início ao fim, dificultando a visão de quem estava na parte mais afastada da pista comum.

Após passar pela capital paulista, o Queens of the Stone Age se apresenta em Porto Alegre neste sábado e depois passa por três países da América Latina antes de encerrar a turnê em Los Angeles, no dia 31 de outubro.