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Com cara de mau e hits do Oasis, Noel Gallagher conduz show no Lolla

Líder da finada banda inglesa fez bom show, apesar da expressão fechada e de alfinetadas nos fãs

Por Henrique Castro Barbosa
13 mar 2016, 20h19

O sol se preparava para terminar seu turno no segundo e último dia do Lollapalooza quando o ex-Oasis Noel Gallagher subiu ao palco principal do festival. Durante pouco mais de uma hora, o guitarrista entreteve um público fiel, que mostrou conhecimento da recente carreira solo do músico e vibrou quando o britânico entoou alguns poucos, mas clássicos, hits de seu ex-grupo. A expressão séria do cantor e a pouca interação com o público destoavam da animação da plateia, que cantava todas as músicas em coro. Apesar de não distribuir sorrisos ou piadas, Gallagher entregou um show competente e sólido, e aproveitou para provocar aqueles que acreditam na volta da famosa banda de Manchester, que um dia ele liderou ao lado do irmão, Liam Gallagher.

Sem firulas, o show começou com o vocalista enfileirando faixas de sua carreira solo. A primeira, Everybody Is On the Run, serviu para aquecer os fãs antes da animada Lock All the Doors, de seu novo disco, Chasing Yesterday. O início da apresentação já mostrou uma característica marcante e elogiável do músico, que se seguiu por todo o show. O britânico não se limita a tocar as músicas como em suas gravações, mas prefere criar novas roupagens para as faixas no palco. O competente trio que cuidava dos metais, por exemplo, deu uma cara nova à In the Heat Of the Moment, que veio em seguida e teve seu riff acompanhado pelo grito dos fãs.

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Após as três primeiras canções, Gallagher se dirigiu ao público pela primeira vez, mas, ao que tudo indica, foi puramente por educação. O britânico, que passa a maior parte do tempo de cabeça baixa e cara de poucos amigos, é breve: “Olá. Estão tendo um bom dia?”, pergunta antes de anunciar: “esta música se chama Riverman“, que conta com solos cortantes. Logo depois, ele deixa a guitarra de lado e pega um violão para cantar a bela The Death of You and Me, de seu primeiro álbum solo, Noel Gallagher High Flying Bird’s.

Que a língua do britânico é afiada não é nenhuma novidade. Especialmente para os que acompanham as declarações ácidas que Noel costuma distribuir em suas entrevistas. Neste domingo, os brasileiros puderam conferir o fato de perto: “Gostaria de dedicar essa músicas aos fãs do Oasis”, disse. A plateia saca seus celulares para filmar o momento quando toma um banho de água fria, a faixa escolhida é You Know We Can´t Go Back, com letra que diz “Você sabe que não podemos voltar”.

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Após um tapa na cara dos fãs da ex-banda, Gallagher parece querer passar a mão na cabeça daqueles que se sentiram frustrados com a mensagem da música anterior. É então que vem o primeiro hit do Oasis, Champagne Supernova, cantado a plenos pulmões pelo público. O sucesso dá lugar a Dream On, outra ótima pedida do primeiro disco solo do cantor, que é sucedida por mais uma do grupo inglês: Listen Up.

“Esta se chama The Mexican“, anuncia antes de tocar uma das mais roqueiras do show, que a essa altura já não contava mais com a presença do sol, que no começo da apresentação, tímido, brilhava no céu. Após a faixa agitada, outra do Oasis: Digsy’s Dinner. Apesar de ser pouco manjada, ela é cantada com alegria pelos fãs, que também se animam com a seguinte: If I Had a Gun, de sua carreira solo.

Para o final, Gallagher deixa reservado as duas mais esperadas da noite: Wonderwall, que leva o público ao delírio, vem primeiro. Para que os fãs respirem um pouco, antes de outro grande ato, o músico canta A.K.A… What a Life, seguida de um agradecimento tímido. Ele provoca uma catarse no local com outro importante hit de sua ex-banda: Don´t Look Back in Anger. Com a plateia encarregada de cantar o refrão, enquanto o guitarrista se afasta do microfone, uma evidência dolorida para Noel é comprovada: por mais que sua carreira solo seja de qualidade inquestionável, ele sempre será um ex-Oasis — e é disso que o povo gosta.

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