Colecionador de Munique pretende devolver quadros roubados pelos nazistas
Cornelius Gurlitt diz que vai restituir as obras de arte aos seus proprietários legítimos ou aos seus herdeiros
O colecionador de arte Cornelius Gurlitt, que escondeu por décadas cerca de 1.400 obras, muitas delas obtidas ilegalmente a partir de roubos do regime nazista, pretende devolver os quadros aos seus donos originais, segundo informações do jornal alemão Süddeutsche Zeitung.
De acordo com um de seus advogados, Christoph Edel, o colecionador já deu “carta branca” para realizar a restituição das obras de arte aos seus proprietários legítimos ou aos seus herdeiros. O primeiro quadro a ser devolvido seria a Mulher Sentada, do pintor francês Henri Matisse. A tela em questão foi subtraída de Paul Rosenberg, em 1941, pouco tempo depois de os nazistas terem invadido a França durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Posteriormente, a obra pertenceu à coleção do hierarca nazista Hermann Göring, que a trocou por outra peça do marchand de arte Gustave von Rochlitz, antes da tela chegar às mãos do pai de Gurlitt, Hildebrandt, que a deixou como herança ao seu filho, assim como o restante dos quadros. Segundo Hannes Hartung, outro advogado de Gurlitt, a obra deverá ser devolvida às duas netas de Rosenberg, Marianne Rosenberg e Anne Sinclair.
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No entanto, apesar da atitude de Gurlitt, ainda existem dúvidas sobre quantas das obras encontradas provêm do roubo das autoridades nazistas durante o regime de Adolf Hitler (1933-1945). As autoridades alemãs mantêm a suspeita sobre 590 quadros, um número discutido pelos assessores do colecionador, que o rebaixam para cerca de 50 telas.
Além disso, as 1.280 peças achadas no ano passado em seu apartamento em Munique, na Alemanha, se unem agora a outras 280 obras encontradas em outra propriedade de Gurlitt — em Salzburgo, na Áustria –, coleção que era desconhecida até fevereiro deste ano, quando o colecionador revelou sua existência. Entre outras telas, foram encontradas no local várias obras de artistas como Pablo Picasso, Claude Monet e Pierre-Auguste Renoir.
(Com agência EFE)