O Papiro de César, 36º álbum do gaulês rebelde Asterix, chega nesta quinta-feira às livrarias. Depois de viajar pela Escócia na história anterior, Asterix e o amigo Obelix partem em nova aventura ao lado de Doblepolemix, inspirado no fundador do Wikileaks, Julian Assange, em esforço contra uma guerra de propaganda deslanchada pelos romanos. Doblepolemix é jornalista e trabalha para o jornal Eco de Condate. Assim como no volume anterior, Asterix Entre os Pictos, publicado há dois anos, Jean-Yves Ferri escreveu o roteiro, e Didier Conrad fez as ilustrações.
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O volume começa com a leitura pública do jornal na pequena aldeia – os autores admitiram que ficaram tentados a batizar a publicação de Wikilix –, mas a única coisa que interessa aos gauleses é o horóscopo. Redwifix, outro novo personagem, é o único que lê com interesse as notícias do império. “Roma: publicação do livro de César”, lê no jornal Redwifix. “César escreve? Ah, vá, eu pensava que era militar”, responde Obelix.
A trama aborda uma tentativa de Júlio César de conquistar a pequena aldeia rebelde com o uso da propaganda, após décadas de derrotas humilhantes, com a ajuda do conselheiro maléfico Bonus Promoplus. “É um tema mais ambicioso que o do álbum anterior”, opina Ferri, antes de insistir na complexidade da trama, que a transforma em algo mais voltado para o público adulto. O mundo das redes sociais também marca presença, com os “twiits” dos pássaros nas florestas.
Os autores, que levaram um ano e meio para produzir o novo livro, afirmaram que no futuro pretendem confrontar o gaulês bigodudo com outros problemas da atualidade, como a globalização ou questões energéticas.
Quatros milhões de exemplares do novo álbum foram distribuídos em todo o mundo, metade em francês e o restante em 20 idiomas e dialetos, incluindo espanhol e português. Desde a criação do gaulês rebelde há 56 anos por René Goscinny, falecido em 1977, e Albert Uderzo, que hoje tem 88 anos, as histórias de Asterix já venderam 365 milhões de álbuns.
(Com agência France-Presse)