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Beco das Garrafas, no Rio, é reinaugurado após 50 anos

Considerado o berço da bossa nova, o lugar foi revitalizado e pretende voltar a ser o 'point' da música brasileira na cidade

Por Da Redação
18 set 2014, 13h40

O Beco das Garrafas, nome dado a uma ruazinha sem saída de Copacabana, que se tornou o berço da bossa nova nos anos 1960, era composto por quatro bares que marcaram a história da música. São eles: Ma Griffe, Bacará, Little Club e Bottle�s. Um ao lado do outro, sem palco nem camarim, sem cachê e sem frescura. Era tudo improvisado. Por lá, passaram nomes como Elis Regina, Wilson Simonal, Leni Andrade, Jorge Ben, Sérgio Mendes, Dom Salvador, Edu Lobo, Tamba Trio, Baden Powell, Alaíde Costa, Dom Um Romão, Airto Moreira, além dos produtores Luis Carlos Miele e Ronaldo Bôscoli.

O beco começou a descer pelo ralo quando Ellis Regina foi para São Paulo virar Elis Regina e meses depois de o Golpe de 1964 dar preguiça em quem só queria pensar em música. Uma revitalização foi ensaiada no início dos anos 1990, mas não prosperou. E então nesta quinta-feira, 18 de setembro, acontece a reabertura do novo Beco das Garrafas.

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O beco já era dos ratos até que, há um ano, a produtora Amanda Bravo, filha do compositor e violonista Durval Ferreira, outro cliente daquelas bandas nos anos 1960, morto em 2007, passou pelas ruínas, sentiu uma dor no peito e ligou para o empresário Sérgio De Martino. Na raça, reabriram um dos bares como puderam, apenas para chamar a atenção de um possível patrocinador. A estratégia deu certo quando a marca de cervejas Heinecken entrou na empreitada para revitalizar a área. Assim, o Bottle�s Bar e o Bacará, que havia se tornado um night club decaído, foram unidos para formar um único espaço. O nome que ficou foi Bottle�s e a capacidade foi ampliada para setenta pessoas. O Little Club, também reformado, pode receber até oitenta. E o Ma Griffe, hoje desativado, já era uma casa de prostituição nos anos 1960. “As pessoas me perguntam por que este espaço não foi revitalizado antes. Eu digo que o tempo certo é agora. A sociedade carioca estava clamando por um lugar que tivesse espaço para a música brasileira na zona sul”, afirma Amanda.

A Heinecken vai fazer uma programação de inauguração até o dia 3 de outubro, que terá curadoria do produtor Kassin. “Queremos resgatar a história da bossa nova e o frescor que a musicalidade brasileira possui. Nada melhor do que o lugar que deu o pontapé inicial para isso”, lembra Bernardo Spielmann, diretor da marca. Depois desta primeira fase, a programação volta para as mãos de Amanda Bravo.

A produtora, que também é cantora e está prestes a lançar um disco com músicas inéditas do pai Durval, diz que quer preservar a aura do Beco dos tempos em que sua vocação era apontar para o novo. “Quero permitir o encontro da nova com a velha geração, gente que já passou pelo Beco e artistas recentes.”

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Por pura coincidência ou trama dos astros, o Beco reabre 50 anos depois do primeiro show de Elis Regina no Rio de Janeiro, quando chegou ao Bottle�s direto de Porto Alegre. Depois de algumas semanas de êxtase, foi demitida por Roberto Jorge, um dos diretores do show, por faltar demais às apresentações. De lá, foi contratada para o vizinho Little Club a convite da dupla Miele e Bôscoli, mas, novamente, receberia o cartão vermelho assim que Bôscoli descobrisse que Elis estava faltando para cantar em outros lugares. O fato é que a cantora começava a ficar grande demais para os pubs do Rio. E São Paulo, onde ela se tornaria um estrondo nacional, já a assediava com vontade.

O nome Beco das Garrafas foi inspirado na reação dos vizinhos. Impacientes com o barulho dos músicos, eles arremessavam garrafas na rua assim que a farra aumentava. Alguns moradores ainda reclamam, mas as garrafas não começaram a voar. O primeiro teste será nesta quinta.

(Com agência Estado)

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