Autor de ‘Império’ diz se inspirar em ‘Breaking Bad’

Quem diria que o legado de Walter White chegaria tão longe. O autor da novela Império, Aguinaldo Silva, não gostou de ser criticado pela cena em que José Alfredo (Alexandre Nero) se joga em uma piscina com notas de euros, e fez questão de explicar suas referências pelo momento inverossímil. Entre suas inspirações está a série Breaking Bad, em que White (Bryan Cranston) um professor de química, assume a identidade Heisenberg para se tornar um traficante e produtor de metanfetamina.

“Os cri-críticos de TV não perceberam o nome do fabricante da lona que cobria a piscina dos euros, embora ele tenha sido mostrado com destaque várias vezes: Lonas Heisenberg. Como você sabem, Heisenberg era o pseudônimo de Walter White, o personagem principal de Breaking Bad“, diz Silva. Em seguida, o autor da novela narra detalhes do último episódio da série, acompanhado de um vídeo em que personagens deitam em uma pilha de dólares.

Essa não é a primeira vez que Silva se derrete pela série americana. Em 2013, o noveleiro fez um texto em seu blog elogiando o programa. “Se algum dia eu crescer e me tornar um roteirista adulto, quero ser como esses geniais, bestiais americanos: eles são grandes e nós somos o que somos – o terceiro mundo”, disse na época

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Já a segunda inspiração de Silva é mais nobre. De acordo com o autor, a cena tem a ver com a atual realidade do país e seus escândalos de corrupção. “Um funcionário do segundo escalão da Petrobrás, devidamente pressionado pela Justiça, confessa que, sim, tem cem milhões de dólares depositados na Suíça e até pode, se o governo quiser, repatriá-los e devolvê-los a quem de direito. Ou seja: o sujeito, que é, repito, apenas um funcionário de segundo escalão da maior empresa do país, confessa que tem uma quantia absurda, que é fruto de negócios excusos realizados dentro da empresa, mas que ele os devolve sem nenhum esforço, já que não fez nenhum esforço para ganhá-los”, diz.

Com tais exemplos, o autor de Império afirma que colocar o Comendador nadando em uma piscina milionária nada teria de “realismo fantástico” ou “absurdo”. “A arte imita a vida, que imita a arte, que imita a vida…”, finaliza Silva.