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Ator usou 5kg de maquiagem para encarnar Paulo Coelho maduro

Para Julio Andrade, protagonista de ‘Não Pare na Pista’, a cinebiografia do “mago”, a máscara com o rosto do escritor foi o maior desafio das filmagens

Por Mariana Amorim
15 ago 2014, 09h26

Se tem seus pontos fracos no roteiro, Não Pare na Pista, a cinebiografia do escritor Paulo Coelho, compensa em produção. O filme é tecnicamente bem feito, quase impecável no quesito, com destaque para a maquiagem aplicada ao ator Julio Andrade nas cenas em que vive o autor na maturidade. O envelhecimento do personagem foi fabricado pela DDT Efectos Especiales, empresa de Barcelona responsável pela maquiagem de filmes como O Labirinto do Fauno (2006), A Dama de Ferro (2011) e Harry Potter. Andrade não chega a ficar idêntico, mas chega perto, muito perto, da verdadeira face do “mago”.

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“O maior desafio para mim foi usar a prótese de cinco quilos com o ‘rosto’ de Paulo Coelho, que limitou a minha emoção, a minha alma dentro de cena. Eu só tinha o meu olho ali, como ferramenta expressiva”, conta o Oswaldo de O Rebu (Globo), que bateu um papo com o site de VEJA. Confira:

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Como foi o processo de construção do personagem? Eu trabalhei cena a cena. Eu costumo dizer que eu não faço filmes, não faço novelas, eu faço cenas: então cada cena pra mim é um filme. Um dia antes, eu vou dormir com a cena do dia seguinte, acordo com ela e vou para o set, querendo contar aquela pequena história, aquele pequeno recorte do roteiro. E me atrelei ao roteiro e às coisas que a Carol Kotscho (roteirista) me dizia, porque ela fez uma pesquisa gigantesca. Ela foi um grande canal para eu entender o Paulo Coelho. E também estive com ele. Fui a Genebra para conhecê-lo (Paulo Coelho vive na Suíça), observá-lo e entendê-lo. Mas entender o que se passa dentro dele, não como ele se porta.

O desafio era esse entendimento do personagem? O maior desafio para mim foi usar a prótese de cinco quilos com o “rosto” de Paulo Coelho, que limitou a minha emoção, a minha alma dentro de cena. Eu só tinha o meu olho ali, como ferramenta expressiva. E ser convincente, porque, quando você faz um personagem desses, o risco de cair numa imitação é grande. Eu poderia fazer o jeito de falar dele, mas eu não queria isso, entendeu? Queria que as pessoas acreditassem no que viam, não que parecesse um remedo.

Como foram os quatro dias em Genebra com o Paulo Coelho? Foi um pouco estranho, ele estava desconfiado e confuso, e eu também. Eu pensava: “Vou fazer este cara, que chegou aqui neste lugar”, era o ponto final, o cara em Genebra, morando com a mulher, sozinho, naquele lugar frio, depois de tudo que ele passou. Eu comecei a história pelo ponto final.

Paulo Coelho é ligado a misticismo, esoterismo, ocultismo. Você acredita no oculto? Sim. A gente tem um aspecto parecido no sentido de que eu também acredito que o universo conspira, eu acredito que, se você se conecta com o universo, com a natureza, alguma coisa acontece. Se você der um passo para a frente, alguma coisa vai acontecer. É simples. Mas eu não tenho religião, minha religião é a natureza. Minha religião é acordar de dia, dar uma volta no meu jardim, ver se a rosa brotou, se a minha horta está precisando de algo. É nesses momentos em que estou com as plantas e com a minha família em que eu descanso, me conecto comigo. Acho que o Paulo também tem isso, essa espiritualidade difusa. Você não sabe se ele é católico, se ele é bruxo, se ele é mago.

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Você já conhecia o Paulo Coelho? Eu o conhecia como todo mundo, apenas, como quem já leu algum livro dele. Eu li O Diário de um Mago aos 15 anos e gostei, acho que passei um pouco pelo Alquimista, também, mas não lembro muito das histórias, lembro mais de ver Paulo Coelho na imprensa, e de repente pintou esse filme. Fiquei surpreso com o convite. E adorei porque ele se estendeu ao meu irmão, o Ravel. Essa foi uma das coisas que me fez querer contar esta história, trazer o meu irmão e trabalhar com ele.

Você virou fã do escritor? Eu virei amigo dele. Nos encontramos no Caminho de Santiago, no final das gravações. Nosso primeiro encontro foi meio conturbado, não vou dizer que foi legal. Ele foi um cara super simpático, me recebeu na casa dele, mas a gente não chegou a se conectar naquele encontro. Acho que foi só no Caminho de Santiago que a gente se entendeu, ele percebeu que eu estava ali por mérito e que era um ator que seguraria a onda. Ele percebeu a importância de eu estar com o meu irmão e valorizou isso, nos aproximamos. Hoje, a gente se liga. Ele me ligou para falar do filme, disse que adorou, se emocionou.

Você prefere o Paulo Coelho escritor ou compositor? Eu posso dizer que gosto mais das músicas, porque foi encontro histórico que se deu ali, uma hecatombe nuclear, de Raul Seixas com o Paulo, eles se conectaram e rolaram músicas eternas, que todo mundo conhece.

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