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Ator de ‘Selma’ diz que Hollywood só premia negros em papéis submissos

David Oyelowo, que dá vida ao líder Martin Luther King Jr. no filme indicado ao Oscar, falou sobre ter sido esnobado pela premiação

Por Da Redação
3 fev 2015, 22h24
O ator David Oyelowo no filme 'Selma'
O ator David Oyelowo no filme ‘Selma’ (VEJA)

O britânico David Oyelowo, intérprete de Martin Luther King Jr. no filme Selma, foi um dos atores esnobados pelo Oscar. Sua não indicação à estatueta de melhor ator foi apontada como uma dos principais injustiças da premiação. Para Oyelowo, um dos motivos que o deixaram fora do páreo foi o fato de interpretar um importante líder negro, e não um papel submisso. “Nós, negros, geralmente somos premiados quando interpretamos papéis submissos, e não quando vivemos líderes, ou reis, ou o centro da nossa própria narrativa”, disse o ator durante uma coletiva no Festival de Cinema de Santa Barbara.

Oyelowo continuou sua crítica à indústria cinematográfica, dizendo que, geralmente, as histórias dos negros em filmes são contadas sob a ótica de protagonistas brancos. “Chegamos ao ponto em que não há surpresas sobre a ideia de quem os negros são. Nós fomos escravos, fomos empregados, fomos criminosos, fomos todo tipo de coisas. Mas também fomos líderes, reis e pessoas que mudaram o mundo.”

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Ele lembrou que filmes como Selma, que narra uma importante manifestação com participação de Luther King pelo direito dos negros ao voto nos Estados Unidos, dificilmente são aceitos pelos estúdios hollywoodianos. “King foi assassinado há quase 50 anos. Não houve nenhum filme em que ele fosse o centro da narrativa até hoje. Isso só foi possível depois de 12 Anos de Escravidão e O Mordomo da Casa Branca, bem recebidos pela crítica e rentáveis em bilheteria. Até então, filmes desse tipo eram feitos sob a visão de bons protagonistas brancos, por causa do receio da culpa carregada por eles”, diz. O ator ressaltou que os dois filmes de 2013 mudaram esse estilo de narrativa e abriram portas para Selma ser feito, especialmente depois que renderam mais de 200 milhões de dólares em bilheteria cada.

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Oscar – A próxima edição do Oscar é a primeira, desde 2011, em que todos os 20 indicados nas categorias de atuação são brancos. O assunto se tornou viral na internet, e a hashtag #OscarsSoWhite (Oscar é tão branco) dominou o Twitter logo após os nomeados serem revelados.

Em Selma, que chega ao Brasil nesta quinta-feira, 5 de fevereiro, Luther King lidera uma marcha de militantes dos direitos civis, em um protesto que vai da cidade de Selma até Montgomery, capital do Alabama. Manifestantes são agredidos e assassinados durante o processo, que se tornou um importante passo na aprovação da lei que garantiu o direito de voto aos negros. Indicado a duas estatuetas no Oscar, de melhor filme e canção original, a produção tem enfrentado críticas por retratar o presidente Lyndon Johnson como um homem que demorou a apoiar os direitos aos negros. Segundo muitos historiadores, Johnson foi um aliado de Martin Luther King na luta pelos direitos civis.

‘Boyhood’

Boyhood – Da Infância à Juventude é uma ousada produção do diretor Richard Linklater, que acompanhou a vida de um grupo de atores durante 12 anos, para mostrar o rito de passagem de um garoto para a vida adulta. O projeto venceu o Globo de Ouro na categoria de filme dramático e conquistou seis indicações ao Oscar 2015. O filme está em cartaz desde outubro de 2014.

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‘Birdman’

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância), dirigido por Alejandro G. Iñárritu, conta a história de Riggan Thomson (Michael Keaton), um ator famoso por interpretar o super-herói Birdman no cinema nos anos 1990, que agora tenta ganhar prestígio com uma peça na Broadway. O longa foi um dos mais indicados ao Oscar 2015, com nove categorias, e saiu vencedor em duas no Globo de Ouro, com melhor roteiro e melhor ator em comédia para Keaton. No Brasil, Birdman está em cartaz desde 29 de janeiro de 2015.

‘Sniper Americano’

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Dirigido por Clint Eastwood, o filme é uma adaptação do livro Sniper Americano: O Atirador Mais Letal dos EUA (Intrínseca), e conta a história real de Chris Kyle (Bradley Cooper), atirador de elite das forças especiais da marinha americana que sobreviveu a quatro missões no Iraque. O filme chegou ao cinema no Brasil em 19 de fevereiro de 2015.

https://youtube.com/watch?v=9EkcUR2VSHI

‘O Grande Hotel Budapeste’

Sob a direção de Wes Anderson, o longa acompanha M.Gustave (Ralph Fiennes), gerente de um hotel na fictícia República de Zubrowka, e seu fiel amigo, o jovem empregado Zéro (Tony Revolori). O Grande Hotel Budapeste se passa no período entre as duas guerras mundiais e consta nas peripécias vividas pela dupla o roubo de uma valiosa obra do Renascimento e as transformações do cotidiano durante a primeira metade do século XX. O filme está em cartaz no Brasil desde julho de 2014.

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‘O Jogo da Imitação’

Mortem Tyldum dirige a cinebiografia do matemático Alan Turing (Benedict Cumberbatch), importante personagem que contribuiu com seus conhecimentos de lógica, criptografia e ciência para decifrar o código da Enigma, uma máquina utilizada pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Acredita-se que as ações de Turing encurtaram a guerra em cerca de dois anos. Contudo, o matemático tem um fim trágico e acaba condenado pela Grã-Bretanha por ser homossexual. O filme chegou aos cinemas brasileiros em 29 de janeiro de 2015.

‘A Teoria de Tudo’

Baseado na biografia A Teoria de Tudo: A Extraordinária História de Jane e Stephen Hawking (Única), o filme do diretor James Marsh apresenta um olhar sobre a vida do físico interpretado por Eddie Redmayne. A trama acompanha um longo período da trajetória de Hawking, que abrange suas descobertas, seu relacionamento com a esposa Jane (Felicity Jones) e a  convivência com a doença que lhe tirou os movimentos do corpo e a fala. No Brasil, o filme estreou em 29 de janeiro.

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https://youtube.com/watch?v=5DTWvCuS6-s

‘Selma’

O longa, dirigido por Ava DuVernay, apresenta as campanhas para assegurar a equidade dos direitos de votos dos negros americanos realizadas por Martin Luther King (David Oyelowo), em 1965, entre as cidades de Selma, interior do Alabama, até a capital, Montgomery. O filme chegou ao Brasil em 5 de fevereiro de 2015.

‘Whiplash’

Em Whiplash: Em Busca da Perfeição, o diretor Damien Chazelle mantém o foco no relacionamento entre um jovem baterista e o seu mentor, um professor de jazz que não mede esforços para elevar ao máximo o potencial do seu aluno. O filme está em cartaz desde 8 de janeiro de 2015 nos cinemas brasileiros.

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