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Antigo Hospital Matarazzo reabre com exposição em SP

Em São Paulo, invasão criativa reúne 111 nomes nacionais e internacionais em intervenções artísticas feitas nos corredores, pavilhões e jardins do antigo complexo hospitalar, fechado em 1993

Por Mariana Amorim
9 set 2014, 12h34

Em São Paulo, no espaço onde um dia foi o Hospital Umberto Primo, conhecido como Hospital Matarazzo por ter sido criado pela família em 1904, acontece a partir desta terça-feira a mostra Made by… Feito por Brasileiros. Para a exposição que marca a retomada do lugar, fechado desde 1993 por problemas financeiros e com a vigilância sanitária, 111 artistas nacionais e internacionais foram convidados a criar obras em site-specific, termo usado para intervenções que dialogam com um determinado ambiente. A exposição se estende até 12 de outubro, quando o local deve fechar para um projeto de reforma que pode transformá-lo em um enorme pólo cultural e hoteleiro a partir de 2018.

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O norueguês Per Barclay interditou a principal escadaria do complexo com uma piscina composta por óleo de motor, deixando o segundo andar inacessível. A artista Naziha Mestaoui, da Tunísia, convidou membros acreanos da tribo indígena Kaxinawá para pintarem as paredes de sua instalação audiovisual. Já o suíço Christoph Draeger explorou o mundo das religiões afro-brasileiras, como o Candomblé. Made by… Feito por Brasileiros marca uma mudança na paisagem da Alameda Rio Claro, na Bela Vista. O complexo foi comprado em 2011 pelo grupo francês Allard, de Alexandre Allard, o mesmo responsável por restaurar o hotel histórico Royal Monceau, em Paris. E, caso os planos de Allard sejam aprovados pela Prefeitura de São Paulo e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), o local deverá ser completamente modificado. O que já foi referência em saúde no Brasil será em breve um Centro de Criatividade, com espaços para exposições, cinemas, estúdios de produção para música, arte e filmes. Mas nem só de arte viverá: no projeto estão previstos ainda um hotel de luxo, um shopping center, restaurantes, bares e cafés, para ocupar os 27 000 metros quadrados da Cidade Matarazzo. Confira entrevista de Marc Pottier, curador da mostra, ao site de VEJA, em que ele conta mais sobre o nascimento do projeto e a escolha dos artistas.

Qual critério o senhor usou para a escolha dos artistas? O livro Made By .. Feito Por Brasileiros, lançado junto com a mostra, fala dos talentos e da criatividade brasileira. Mas, quando convidei os cinquenta artistas nacionais para a exposição, selecionei alguns do livro, mas convidei outros que não estão nele, para dizer que uma coisa que nunca está fechada. Fazer um livro é uma responsabilidade enorme, mas é introdutivo. Falando em talentos brasileiros, temos muitos mais. Depois, queríamos convidar artistas estrangeiros com alguma ligação com o Brasil, como Christoph Draeger, que em sua obra para a mostra evidencia o forte trabalho sobre a macumba. A seleção foi feita um pouco com base nisso e, sem dúvida, estamos em um lugar muito significativo que é o antigo Hospital Matarazzo, com uma arquitetura incrível, com uma memória muito importante. Cinthia Marcelle explorou em seu trabalho uma maneira de falar de vinte anos de poeira de um lugar parado. Ela faz parte destes artistas que eu sabia que teriam a capacidade de trabalhar neste tipo de espaço.

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Por que o senhor escolheu este tipo de exposição, site-especifc? Em minha opinião, estamos em um momento em que se fala muitas vezes de arte como mercadoria. E acho que quando você convida um artista para fazer um site-especifc, ele está dando o seu melhor, e em plena confiança, porque é um trabalho que ele vai fazer e vai desaparecer, então não existe a ideia de que a obra um dia possa ser vendida. É uma coisa sincera e generosa. Acho que dá uma energia positiva, e para o público vai ser muito interessante descobrir isso.

Por que a mostra não é composta apenas por artistas brasileiros? Acho que a confrontação é sempre muito interessante. Se fossem só artistas brasileiros a exposição seria considerada, talvez, apenas regional. E a confrontação deles com artistas internacionais é a prova de os brasileiros estão em um nível tão interessante, que podem entrar em contato com outros mundos e expressões.

O senhor vai trabalhar no Centro Criativo que deverá existir no espaço do antigo Hospital Matarazzo? Não sei. Hoje sou responsável por esta exposição, e o futuro é o futuro. Se Alexandre ficar feliz com a exposição, talvez. Mas, por enquanto não posso dizer nada.

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