Americana Marin Alsop é a nova regente da Osesp
Ela substitui o francês Yan Pascal Tortelier e terá cinco anos de contrato
A americana Marin Alsop, de 54 anos, é a nova regente titular da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Ela assume o cargo no início de 2012, em substituição ao francês Yan Pascal Tortelier. Marin terá um contrato de cinco anos.
Pupila do maestro americano Leonard Bernstein (1918-1990), Marin Alsop é uma estrela em ascensão no mundo erudito. Não apenas pela qualidade do repertório, que inclui compositores canônicos como Brahms e Mahler (uma das especialidades de Bernstein), mas também pelo cuidado que tem com as obras de compositores do século XX. Ela já registrou em CD trabalhos dos americanos John Adams e Philip Glass, e ainda do japonês Toru Takemitsu, que criou as trilhas de Império da Paixão, de Nagisa Oshima, e Ran, de Akira Kurosawa.
Baltimore – A regente americana representa uma nova mentalidade da regência. Ela não apenas cuida da orquestra, como também da comunidade que a cerca. Um dos exemplos do trabalho notável de Marin é a Sinfônica de Baltimore, que ela assumiu em 2007. Marin criou diversos projetos, como o Músicos Enferrujados, grupo sinfônico formado por pessoas que tocaram algum instrumento de orquestra em sua juventude e que desejam retomar a atividadea. Ela também é responsável pelo OrchKids, no qual ensina música para crianças das áreas carentes de Baltmire. Marin deu 100.000 dólares do próprio bolso para incentivar a adesão de outras pessoas ao projeto.
Entre os regentes que comandaram a orquestra no último ano, Marin Alsop foi uma das preferidas dos músicos da Osesp, ao lado do inglês Frank Shipway e do estoniano Kritjan Jarvi (que conduziu uma belíssima Sagração da Primavera em 2010). Em sua primeira experiência à frente do grupo paulistano, em setembro do ano passado, ela tocou a Sétima Sinfonia, de Mahler. Especula-se que Marin poderá gravar uma das obras do compositor austríaco ao lado da Osesp. O disco sairia pelo selo Naxos, que a tem sob contrato.
Yan Pascal Tortelier, que entrou no lugar de John Neschling em 2009 e comandou um importante trabalho de transição (ainda que tenha sido contestado por alguns músicos da Osesp) não deixará de todo a orquestra. Ele ganha um cargo como “regente de honra”.