O cineasta Pedro Almodóvar anunciou nesta terça-feira que cancelou parte da promoção de seu novo filme, Julieta, previsto para estrear nesta quinta-feira na Espanha. A decisão ocorre depois de o espanhol ver o seu nome envolvido no caso dos Panama Papers, os documentos sobre a criação de offshores em paraísos fiscais pela Mossack Fonseca, com sede no Panamá.
“Diante da prioridade de informação em temas alheios a Julieta, decidimos cancelar a sessão de fotos e coletiva previstas para esta quarta-feira em Madri”, informou a produtora El Deseo, dos irmãos Pedro e Agustín Almodóvar, em comunicado. Logo depois, Agustín publicou uma mensagem no Twitter esclarecendo a informação. “Cancelamos a sessão de fotos pela pressão que sofremos”, disse ele, que ainda se defendeu das acusações do escândalo. “Tanto meu irmão Pedro como eu, assim como nossa produtora, nos encontramos em dia com todas as nossas obrigações tributárias”, disse em comunicado.
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Segundo o jornal espanhol El Confidencial, que publicou parte dos 11,5 milhões de documentos vazados do escritório panamenho, os Almodóvar eram donos de uma empresa com sede nas Ilhas Virgens Britânicas em 1991. Não está claro, porém, se a sociedade chegou a ter algum capital. “Desde os primeiros momentos da criação de El Deseo, Pedro e eu repartimos as tarefas e obrigações de uma forma muito clara. Eu fiquei encarregado de todos os assuntos referentes à gestão da empresa e ele se dedicou a todos os aspectos criativos. Lamento profundamente o dano à imagem pública de meu irmão, provocado única e exclusivamente por minha falta de experiência nos primeiros anos de caminhada da nossa empresa familiar”, disse Agustín.
Julieta, protagonizado pelas atrizes espanholas Emma Suárez e Adriana Ugarte, narra a história de uma mulher cuja filha vai embora de casa inexplicavelmente ao fazer 18 anos e não dá sinal de vida durante uma década. Ainda não há previsão de estreia no Brasil.
(Com Agência AFP)
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